Pelo futebol jogado na Copa, o Brasil
deveria ter sido eliminado na primeira fase. Jogou mal contra a Croácia, com apoio do árbitro e de um poste no gol deles. O gol de Neymar e o
de Oscar eram defensáveis. Mereceu perder para o México e jogou para o gasto
com Camarões, cuja seleção o Bahia daria uma goleada maior do que a dada pelo
time de Scolari.
Perdeu
de sete da Alemanha e perderia pelo mesmo placar com Thiago Silva e Neymar, já
que este foi a grande primeira mentira. Sempre faz a festa com suas firulas
contra seleções fraquíssimas. Por enquanto perdeu os principais títulos que
disputou pela seleção, sempre jogando pouco ou nada. Já foram a Copa América,
as Olimpíadas e a Copa do Mundo. Ele se tornou genial na arte de mostrar cuecas
e de fazer comerciais.
Essa
tal de renovação, após as derrotas, se tornou a segunda mentira recorrente.
Alemanha fez um trabalho de base e amplo. Aqui, a renovação é escolher apenas
um novo treinador para vencer tudo nos amistosos e torneios inexpressivos.
Quando se aproxima da Copa é trocado. Tanto se renova que Parreira está na
seleção há meio século, seguido por Zagallo, Telê e Luís Felipe Scolari.
Outra
mentira disseminada seria que seleção brasileira significa a escolha dos
melhores. Isso ocorria no passado longínquo. Nas últimas décadas trocaram o
critério pelos tais homens de confiança, grupo fechado e fidelidade. Essas
condutas poderiam ser importantes nas relações individuais e amorosas; jamais
para a escolha de quem vai representar um país num esporte. A confiança tem que
ser na capacidade de desempenhar uma tarefa melhor do que os demais e nunca na
pessoa.
Tanto
que o goleiro Júlio César voltou por ato de benevolência. Fred foi a
confirmação de que a teoria de Lula eleger poste foi utilizada na seleção e
Hulk provou que não são escolhidos os melhores, embora tenha se empenhado
bastante, mas só esforço é outra coisa.
Faz
parte desse rol de mentiras achar que “fechar” e ter “grupo na mão” são
relevantes para ganhar alguma coisa. Nem a decantada união, nem o patriotismo
piegas, que levou os jogadores a disputar quem escancarava mais a boca na hora
no hino, têm importância para vencer competição.
É
preciso entender que atletas devem ser mantidos no seu país. Não por força de
normas legais, mas pela recompensa financeira e de estrutura.
Além
dessas fantasias delirantes, os jogadores brasileiros criaram uma necessidade
psicológica de ter um perseguidor. Sempre que vencem alguma coisa, repetem a
cantilena de que “isso é uma resposta aos críticos, que não acreditavam na
gente”...
Fortaleceram
nossa cultura de achar que toda crítica é mal-intencionada e negativa, na
proporção inversa de que todo elogio é bem-intencionado, verdadeiro e positivo.
Quem
acreditou nessa seleção o fez por conveniência, para ser simpático, por
patriotismo fortuito ou foi levado pelos chavões de Galvão Bueno e seus
papagaios, que falam o que ele quer ouvir, mas sete foi pouco e não foram
levados antes ou por sorte ou por que faltou uma Alemanha no caminho.
Pedro
Cardoso da Costa – Interlagos/SP para o JV
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