JV MEIO AMBIENTE - Governo do Amazonas vai buscar crédito externo para construir aterros sanitários no interior
O governador José Melo afirmou
nesta sexta-feira, 19 de dezembro, durante entrega de caminhões coletores e
compactadores de resíduos sólidos para 14 municípios amazonenses, que vai
buscar financiamento externo para implantar aterros sanitários em todo o
interior. Até maio do ano que vem, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (SDS) deve lançar os Planos de Resíduos Sólidos do
Estado e da Região Metrop
olitana trazendo um diagnóstico da situação e o
embasamento para construir os espaços controlados para o lixo.
Desde o ano passado, o Governo do
Estado apoia os municípios a se adequarem à nova legislação brasileira de
resíduos sólidos, cujo ponto central é a extinção dos lixões. Com recursos do
tesouro estadual, 59 municípios já elaboraram os seus planos municipais de
resíduos e também o plano de saneamento, esgoto e abastecimento de água. Em 43
cidades, as prefeituras já conseguiram aprovar a legislação sobre resíduos
sólidos, mas enfrentam dificuldades de ordem financeira para tirar do papel.
Além de faltar recursos para instalar e operar os aterros, as cidades
esbarravam ainda na precariedade da coleta. Na maior parte dos casos, o lixo
residencial era recolhido em caminhões improvisados e carroças puxadas por
animais.
Para o governador, as mudanças na
Política Nacional de Resíduos Sólidos trazem benefícios, mas restou aos Estados
e Municípios o fardo mais pesado. “Se os municípios não têm recursos para
comprar caminhões para coletar o lixo, como vão fazer para implantar esses
aterros”, questiona.
Segundo estimativa da SDS, para
construir e manter em operação um aterro, os custos giram em torno de R$ 8
milhões em municípios de pequeno porte. Em cidades com maior densidade
populacional, como Parintins, Tefé, Tabatinga e Manacapuru, os valores saltam
para algo em torno de R$ 15 milhões. Em cidades situadas em regiões de várzea,
os aterros terão de ser instalados em terrenos na terra firme, exigindo o
transporte fluvial do lixo.
As consultas de crédito para
financiar os aterros serão feitas junto à Confederação Andina de Fomento (CAF)
e o Banco Mundial. Segundo o governador, a proposta é implantar os aterros
sanitários e desenvolver uma cadeia de coleta seletiva que permita a geração de
emprego e renda para cooperativas que trabalham com o lixo, como catadores.
Além dos benefícios ambientais, o fim dos lixões será positivo também para o
tráfego aéreo.
“Com a apresentação do plano, o
governo vai atrás de recursos para construir os aterros. Haverá um ponto que é
a coleta seletiva. Não teremos financiamento sem um projeto que integre a
coleta seletiva. É construir os aterros, aumentar capacidade de coleta e criar
um programa social para inclusão. Enquanto isso, ajudamos os municípios com
esses caminhões que são importantes porque ajudam as prefeituras a limpar a
cidade e a população a ter mais dignidade e saúde”, afirmou o governador.
Entrega de caminhões – A entrega
de caminhões desta sexta-feira atendeu a 14 cidades do Amazonas. A solenidade
presidida pelo governador José Melo ocorreu no Centro Cultural Povos da
Amazônia, no bairro do Crespo, na zona sul, com a presença da secretária de
meio Ambiente, Kamila Amaral, do deputado federal Silas Câmaras, secretários de
governo e prefeitos do interior.
Foram beneficiados os municípios
de Canutama, Tefé, Urucurituba, Tabatinga, Barreirinha, Caapiranga, Carauari,
Humaitá, Maraã, Maués, Novo Aripuanã, Pauini, Santo Antônio do Içá, São
Sebastião do Uatumã. Os veículos foram adquiridos pela SDS em parceria com o
Ministério da Defesa e com verbas oriundas de emendas parlamentares dos
deputados federais Átila Lins e Silas Câmara e contrapartida financeira do
Governo do Estado.
Nos últimos dois anos, foram
entregues veículos para outros 27 municípios. Segundo o prefeito de Tefé,
Jucimar de Oliveira, a questão do lixo é urgente no interior. “Esse caminhão
vai ser muito importante. Temos apenas um alugado, mas a prefeitura de Tefé
precisa de no mínimo três. Estamos dando o primeiro passo com esse caminhão e
pretendemos adquirir outros dois. Nos municípios, a coleta é feita nos
caminhões de forma inadequada para transportar, espalhando pela cidade e pelos
lixões. Vai ser importantíssimo para Tefé. Veio na hora certa”, destacou.
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