O número de pessoas afetadas pela
cheia deste ano no Amazonas já chega a 45 mil, segundo divulgou a Defesa Civil
do Estado na manhã desta quinta-feira (19). Cinco
cidades do estado estão em situação de emergência. De acordo com o órgão,
cerca de 800 famílias estão desabrigadas nesses municípios. A previsão é que o
número de localidades em emergência suba ainda mais nas próximas semanas.
Até esta quinta, os municípios em
situação de emergência são Envira, Itamarati, Guajará, Ipixuna e Eirunepé. A
Defesa Civil apontou que nessas cidades - que integram a Calha do Juruá - 9.328
famílias (45 mil pessoas), estão sendo afetadas.
Outras cidades que pertencem à
Região do Alto Solimões - cortadas pelo Rio Purus -, como Tabatinga, Benjamim
Constant, São Paulo de Olivença e Tonantins, estão em atenção máxima.
Segundo o secretário-adjunto da
Defesa Civil, Hermógenes Rabelo, nas próximas duas semanas ou daqui a um mês,
as cidades do Alto Solimões devem entrar em situação de emergência, elevando
para 195 mil o número de pessoas afetadas. "Estamos com equipes da Defesa
Civil fazendo a avaliação. Caso necessário, vamos mobilizar a estrutura do
estado para atender toda a população afetada", informou.
Rabelo confirmou que a cheia está
prejudicando as aulas nos municípios - em algumas localidades, as escolas
chegaram a suspender as atividades. "As escolas ribeirinhas estão
alagadas. A ideia agora é construir escolas adaptadas para essa situação de
subida dos rios", disse, apontando ainda que muitas das 800 famílias
desabrigadas estão alojadas em ambientes como ginásios.
Segundo o titular da Secretaria
de Estado de Produção Rural (Sepror), Valdenor Cardoso, estão sendo avaliadas
as perdas na produção de alimentos nas cidades afetadas. "Estamos,
há alguns anos, fazendo projetos para que o produtor passa produzir em terra
firme. É um processo acumulativo, por repetição. Tivemos obstaculo em 2009 e em
2012. Esse produtor precisa ter esse plano B de produção em terra firme. É um
processo lento", disse.
O secretário informou ainda que,
em muitas localidades, a produção nas áreas várzea - áreas naturamente alagadas
- já foi perdida. "A produção dessas áreas já está alagada com mais de
dois palmos de água. Por isso, as providências do passado, na questão do
débito, serão realizadas novamente. Em tese, nas experiências passadas, teremos
juros mais em conta, apoio da comercialização e transporte da produção, e
anistia do crédito rural", ressaltou Cardoso.
De acordo com o secretário, em
razão da cheia, alguns produtos de cidades do interior do Amazonas podem deixar
de chega à capital, entre eles melancia e farinha. "Estamos vendo
mecanismos de estimular vindas de produtos de outras regiões ou outros
estados", disse.
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