Campanha sobre tráfico de pessoas inicia segunda etapa com abordagens educativas para informar e sensibilizar população
Iniciou na manhã desta
quarta-feira, 29 de julho, a segunda etapa da Campanha Coração Azul Contra o
Tráfico de Pessoas em Manaus com abordagens educativas simultâneas no Terminal
Rodoviário, Porto Ceasa, Manaus Moderna e Posto de Fiscalização da rodovia
AM-010, além da exposição temática“Liberdade Não se Compra” sobre tráfico
humano, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. A ação é promovida pelo
Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos
Humanos e Cidadania (Sejusc), em parceria com a Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) Polícia Rodoviária Federal.
No aeroporto, duas “gaiolas”,
estão expostas no terminal de desembarque de passageiros para chamar a atenção
de passageiros e demais usuários do local até o próximo dia 31 com objetivos de
informar e causar impacto nos usuários. A pequena medindo 65cm³, adesivada
com a imagem de uma mulher aprisionada ficará circulando nas esteiras de bagagens
e no lançamento da exposição causou reflexão em alguns passageiros que
aguardavam a bagagem. “Nossa, pensei mesmo que fosse uma pessoa presa na caixa.
Realmente é uma imagem muito forte, causa até desconforto. É uma situação muito
triste dessas pessoas que são vítimas do tráfico”, declarou o militar Paulo
Fonseca.
Uma outra gaiola com
dimensões de 2,5 x 2,5 está no saguão de desembarque para
que o público entre na caixa e conheça algumas
histórias de pessoas que foram vítimas do tráfico e se
informe sobre o tema. “Essa gaiola é uma espécie de galeria. Os
visitantes poderão ler e observar o material temático que vai estar dentro e
fora da caixa”, explica a secretária da Sejusc, Graça Prola.
Estatísticas - Segundo Prola
de 2011 a 2014 foram registrados no Núcleo Estadual de Enfrentamento ao
Tráfico de Pessoas da Sejusc, 20 casos de tráfico humano, sendo 18 de nível
internacional para fins sexuais e os demais são para trabalho escravo e adoção
ilegal. Existe, ainda, um caso, em processo de investigação, sobre remoção de
órgãos de uma criança. Neste ano, apenas um registro foi realizado: o de uma
mulher para fins de exploração sexual na Suíça. “Estatísticas, informam que, no
mesmo período, 1.775 notificações foram feitas no Brasil, ou seja, o Amazonas
aparece com poucos casos, porém, mesmo assim é preciso abrir o olho, ficar
atento e denunciar. O tráfico de pessoas é uma realidade e muitas vítimas não
denunciam por vários motivos, inclusive, medo”.
Crime multifacetado -
O tráfico de pessoas viola todos os direitos fundamentais da pessoa humana
e possui vários fins como a exploração sexual, trabalho escravo, remoção de
órgãos, casamento servil e a mais nova modalidade, a mendicância com crianças e
idosos. É o segundo crime que gera mais lucros, perde somente para o tráfico de
drogas. “Esse crime viola a dignidade da pessoa, a expõe em comércio, a mantém
em cárcere privado e a força a trabalhar sem retorno financeiro, inclusive,
agora, surge a mendicância em que crianças e idosos são forçados a pedir
dinheiro ou outros objetos na rua”, informa.
No Amazonas existem 12 Postos
Avançados de Atendimento Humanizado ao Migrante. Três funcionam em Manaus
(Porto Ceasa, Rodoviária e Porto de Manaus). Nove estão no interior
(Humaitá, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Parintins, Coari, Itacoatiara,
Manacapuru, Novo Airão, Iranduba e Presidente figueiredo).
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