A senadora Sandra Braga (PMDB-AM)
subiu à tribuna do Senado na tarde desta quinta-feira (2 de julho) para cobrar
uma solução estrutural e definitiva para o Centro de Biotecnologia da Amazônia
(CBA). Ela lembrou que a ameaça de encerramento das atividades do CBA provocou
justa reação do mundo da ciência e da tecnologia de todo o País e que, diante
disso, o governo federal também agiu. Destacou, no entanto, que a fórmula
adotada não resolve a questão do Centro.
O governo transferiu parte da
gestão do CBA da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) para o
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, o Inmetro. Mas a
senadora ouviu pesquisadores do próprio Centro e saiu convencida de que o
verdadeiro lugar do CBA na estrutura do Governo Federal é o Ministério da
Ciência e Tecnologia, preferencialmente no Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia, na Embrapa ou na Universidade Federal do Amazonas.
“A vinculação ao Inmetro é apenas
uma medida paliativa. Tem o mérito de salvar a instituição do seu
desaparecimento, mas não garante seu futuro em longo prazo, nem a segurança de
que ela poderá exercer, na intensidade necessária, seu relevante papel no
desenvolvimento tecnológico da Amazônia”, discursou Sandra Braga.
Ao citar a audiência pública
promovida na terça-feira pela Comissão de Ciência e Tecnologia, em que foram
ouvidos o governo federal, pesquisadores e até o idealizador do CBA, professor
Spartaco Astolfi Filho, a senadora destacou que o Centro é uma indispensável
ferramenta tecnológica e econômica para a Região Amazônica.
“A biotecnologia é o caminho
seguro para transformar a biodiversidade em produtos econômicos, de forma
ambientalmente sustentável. E foi isto que mobilizou pessoas e instituições”,
observou. Sandra Braga está convicta da necessidade, reconhecida por todos, de
o CBA dispor de uma personalidade jurídica. “Isto lhe permitirá ampliar seus
horizontes em todos os setores de sua atividade, inclusive a articulação com
outros órgãos de pesquisa no País e no exterior, e abrirá a possibilidade de
contrair financiamento com instituições financeiras nacionais e estrangeiras”,
justificou.
A seu ver, basta um pouco de
vontade política, principalmente por parte do Governo Federal, para resolver em
definitivo as angústias do CBA, de seus técnicos e professores, que de repente
se viram sem horizonte. Tudo isso voltará a ser discutido em nova audiência
pública, ainda sem data definida, a ser realizada em Manaus, tendo como
convidados especiais os ministros da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior.
Ao final, Sandra Braga foi
apoiada pela senadora Ana Amélia (PP-RS), que presidia a sessão. “Conte também
com a bancada sulista nesta justa demanda”, disse a senadora gaúcha. Da mesma
forma, o senador Hélio José (PSD-DF), que presidiu a audiência pública sobre
CBA na Comissão de Ciência e Tecnologia, fez questão de registrar a importância
da posição assumida por Sandra Braga e a parabenizou.
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