Do D24am
Manaus – Na manhã desta
quinta-feira (9), a Polícia Federal deflagrou a operação ‘La Muralla 2’ e
cumpre 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de
Justiça (STJ), em gabinetes e secretarias do Tribunal de Justiça do Amazonas
(TJAM) e no Fórum Henoch Reis, em quatro escritórios de advocacia e na
residência dos investigados, que também serão intimados para prestar
esclarecimentos na Polícia Federal ainda hoje.
Os alvos são advogados,
servidores e membros do Poder Judiciário do Estado do Amazonas. Entre os
investigados estão os advogados Klinger Oliveira, Luciana
Terça, Flavicia Dias de Souza e Gorete Terças.
Durante a manhã, agentes da PF
estiveram no gabinete e na residência da desembargadora Encarnação das Graças
Sampaio Salgado e do juiz Luis Carlos Valois Coelho.
O desembargador Flávio Humberto
Pascarelli, atual corregedor-geral e presidente eleito do TJAM, acompanhou o
cumprimento dos mandados na sede do tribunal. Ele justificou que a questão está
sendo tratada pelo STJ. “Apenas recebemos a determinação para acompanhar, não
sabemos exatamente do que se trata. Nunca recebemos nenhuma denúncia, até
porque não caberia a corregedoria. Questões ligadas aos desembargadores são
tratadas diretamente com a presidência do tribunal, STJ ou CNJ (Corregedora
Nacional de Justiça)”, explicou Pascarelli, reforçando que a corregedoria nunca
recebeu nenhuma representação contra a desembargadora e juiz investigados. “Uma
situação como essa arranha a imagem de qualquer instituição, é um fato
constrangedor, mas faz parte do procedimento democrático. Se é uma
investigação, todos estão sujeitos a lei, não há diferença”.
Conforme a Polícia Federal, a
ação é um desdobramento da Operação La Muralla, deflagrada em novembro do ano
passado, para aprofundar as investigações relacionadas à existência de um
suposto esquema de negociações de decisões judiciais, envolvendo autoridades do
Poder Judiciário do Estado Amazonas, para beneficiar integrantes de uma facção
criminosa.
Em nota, a PF afirma que as
investigações correm sob segredo de justiça no STJ, por envolverem autoridades
com foro por prerrogativa de função naquela Corte Superior.
Nesta segunda fase, a ação contou
com a participação de mais de 100 Policiais Federais, além de representantes do
Superior Tribunal de Justiça - STJ e da Procuradoria Geral da República - PGR,
que se deslocaram para a capital amazonense para compor algumas das equipes.
Primeira fase da operação
A
primeira fase da La Muralla foi deflagrada em novembro do ano passado,
para desarticular uma facção criminosa que atua no tráfico internacional de
drogas, operando o tráfico de armas, lavagem de dinheiro, evasão de divisas,
roubos, homicídios, sequestro, tortura e corrupção de agentes públicos.
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