Do G1
O Senado aprovou nesta
terça-feira (31) um projeto de lei que prevê pena mais rigorosa para os crimes
de estupro praticados por duas ou mais pessoas. A proposta, além de agravar a
punição, tipifica o crime de estupro coletivo que, atualmente, não é previsto
no Código Penal brasileiro. O texto ainda precisará ser analisado pela Câmara dos
Deputados.
Atualmente, o crime de estupro
praticado por uma pessoa tem pena prevista de 6 a 10 anos de prisão. Nos casos
de estupro de vulnerável, quando o crime é praticado contra uma criança de até
14 anos, a pena prevista é de até 15 anos de reclusão. Pela proposta aprovada,
caso o crime seja cometido por duas ou mais pessoas, a pena será aumentada de
um terço a dois terços, o que poderia totalizar até 25 anos de prisão, nos
casos de estupro de vulnerável.
Conforme já previsto em lei, a
proposta mantém pena de 30 anos de prisão para os casos em que a vítima de
estupro morrer.
O texto também prevê a criação de
um dispositivo no Código Penal para punir, com 2 a 5 anos de prisão, a pessoa
que “oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou
divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de estupro”.
Segundo o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), a proposta é uma resposta do Senado à sociedade após
um possível caso
de estupro coletivo ocorrido na última semana no Rio de Janeiro.
Originalmente, o projeto, de
autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B), previa apenas uma agravação
da pena de estupro comum para os casos em que mais de uma pessoa participasse
do crime. Ela apresentou o texto ainda em 2015, depois de um caso
de estupro coletivo no interior do Piauí, no qual uma das vítimas acabou
morrendo.
Tramitação
A proposta estava em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas ainda seria votada pelo colegiado nesta quarta-feira (1º). No entanto, após articulação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi aprovado um requerimento de urgência para que o projeto fosse levado diretamente à votação em plenário.
A proposta estava em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas ainda seria votada pelo colegiado nesta quarta-feira (1º). No entanto, após articulação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi aprovado um requerimento de urgência para que o projeto fosse levado diretamente à votação em plenário.
A senadora Simone Tebet (PMDB-MS)
foi designada relatora de plenário da proposta e apresentou emendas ao texto
para que o crime de estupro coletivo fosse tipificado no Código Penal.
Entenda o caso
O projeto foi motivado pelo caso de estupro coletivo no Rio. No caso, a vítima, de 16 anos, afirmou se lembrar de estar a sós na casa do rapaz com quem se relacionava havia três anos e disse só se recordar de que acordou no último domingo (22), em uma outra casa, na mesma comunidade, com 33 homens armados com fuzis e pistolas. Ela conta no depoimento que estava dopada e nua.
O projeto foi motivado pelo caso de estupro coletivo no Rio. No caso, a vítima, de 16 anos, afirmou se lembrar de estar a sós na casa do rapaz com quem se relacionava havia três anos e disse só se recordar de que acordou no último domingo (22), em uma outra casa, na mesma comunidade, com 33 homens armados com fuzis e pistolas. Ela conta no depoimento que estava dopada e nua.
A jovem relatou que foi para casa
de táxi, após o ocorrido. Ela admitiu que faz uso de drogas, mas disse que não
utilizou nenhum entorpecente no sábado (21). Na terça (24), ela descobriu que
imagens dela, sem roupas e desacordada, circulavam na internet. A jovem contou
ainda que voltou à comunidade para buscar o celular, que tinha sido roubado.
O laudo da perícia do caso de
estupro coletivo da jovem de 16 anos no Rio diz que a demora da vítima em
acionar a polícia e fazer o exame foi determinante para que não fossem
encontrados indícios de violência, como antecipou o Bom Dia Rio nesta
segunda-feira (30). Ela foi examinada quatro dias após o crime.
Além do exame de corpo de delito,
a polícia também fez uma perícia no vídeo que foi divulgado nas redes sociais,
no qual a jovem aparece desacordada.
No último domingo (29), o
Fantástico adiantou algumas informações que estarão no laudo feito sobre as
imagens. Após polêmicas envolvendo a investigação, o
antigo delegado do caso foi afastado.
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