Do D24am
Manaus – Dois de cada
dez jovens de 18 a 24 anos estão desempregados no Amazonas, segundo dados mais
recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A crise
econômica tem atingido, principalmente, os jovens que, na avaliação da Associação
Brasileira de Recursos Humanos (ABRH/AM), acabam competindo em um mercado de
trabalho injusto.
De todas as pessoas desempregadas
no Amazonas, 24,4% são jovens de 18 a 24 anos. É a maior taxa de desocupação
por faixa etária, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
2015 – Síntese de Indicadores, do IBGE. O desemprego nessa faixa etária é o
quinto maior do País.
O desemprego entre jovens de 18 a
24 anos cresceu quase cinco pontos percentuais em relação a 2014 (19,7%).
Entre as mulheres, a maior taxa
de desemprego também atinge a faixa etária de 18 a 24 anos, com um índice de
desocupação de 33,1%, em 2015. Já entre os homens esse índice fica em 19,4%
para os jovens de 18 a 24 anos.
Experiência
A explicação para o desemprego
ser mais agressivo entre os jovens é a falta de experiência, que acaba pesando
no momento de escolha de um novo funcionário. “Com essa recessão econômica, as
empresas precisam de pessoas mais experientes para fazer mais com menos e estão
dando preferência para quem tem experiência e possa agregar mais valor. Tem
muito profissional capacitado e experiente disponível no mercado e, por isso,
os jovens acabam competindo em um mercado injusto, porque não têm experiência”,
avaliou a presidente da ABRH/AM, Kátia Andrade.
Considerando todas as faixas
etárias, o desemprego aumentou entre 2014 e 2015. Em 2014, 9% da população
ativa (15 anos ou mais) estava desempregada, no Amazonas. Em 2015, esse índice
avançou para 11,7%. O quadro negativo se reflete no número de pessoas
empregadas no Amazonas, que caiu 5,84% entre 2014 e 2015. O Amazonas encerrou
2015 com 1,61 milhão de pessoas empregadas, enquanto que no ano anterior o
quantitativo era de 1,71 milhão de trabalhadores.
Segundo Andrade, os profissionais
qualificados que foram demitidos não foram dispensados por desempenho ruim nas
empresas, mas por redução de custo. Com esses profissionais, as empresas têm
barganhado salários menores na hora de voltar ao mercado. Com um salário
acessível e um profissional experiente em determinada função, o jovem perde a
vaga.
Trainee e cursos técnicos
Para os jovens que acabaram de
sair da universidade, a alternativa é buscar uma vaga em empresas como trainee.
A ideia desse tipo de ocupação é fazer com que o jovem passe por um treinamento
estruturado, em diversas áreas das companhias, podendo chegar a cargos
gerenciais.
“É uma saída para esses jovens
que são recém-formados, para quem já tem a formação, tem pós-graduação. O
trainee recebe uma remuneração razoável e tem perspectiva de subir na empresa”,
afirmou Andrade.
Já para os jovens que têm apenas
o Ensino Médio a alternativa é buscar uma formação técnica. O mercado de
trabalho, especialmente, o Polo Industrial de Manaus (PIM), sente carência em
funções técnicas de mecânico, eletrônico, mecatrônico e ferramenteiro, aquelas
mais operacionais.
Instituições como o Serviço
Nacional da Indústria (Senai) ofertam vagas em cursos técnicos gratuitos ou com
valores baixos para que cidadãos possam ter uma formação técnica. “Tem saída,
mas tem que procurar. Arregaçar a manga e sair da geração de neném”, afirmou
Kátia Andrade, destacando que uma grande parcela dos jovens do Amazonas não
estuda, não trabalham e nem procuram emprego.
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