Pedro Cardoso da Costa –
Interlagos/SP para o JV
Toda vez que sai um resultado de
exames do Programa Internacional de Avaliação de Alunos - PISA, o Brasil
aparece lá na zona de rebaixamento. No último, em 2015, ficou em 60º, de 76
países avaliados em leitura, matemática e ciências.
Constatado o fracasso, como
sempre surgiram os discursos dos principais envolvidos a justificarem o fiasco,
a eximirem-se das responsabilidades e a colocar culpa nos antecessores. Os
antecessores são eles mesmos, apenas em postos diferentes. Quem hoje é
ministro, ontem era governador ou prefeito e assim segue.
Também estou dentre aqueles com
dificuldade de encontrar as saídas. Mas, seguindo os demais, a responsabilidade
é dos outros. Minha não é. Ledo engano. Todos somos responsáveis pela melhoria,
ainda que não sejamos diretamente pelo desempenho nos PISAs.
Começamos mal pela cobertura que
a mídia dá à educação. Ninguém tem dúvida quanto à influência da televisão
aberta na cultura brasileira. Mas, duvido que alguém conheça um programa em
algum desses canais, que trate da educação formal. Nem sei se ainda existe o
quadro “Soletrando” no programa do Luciano Huck. Era uma iniciativa boa, na
ausência absoluta de outras.
Os responsáveis pelas televisões
dizem que programas sobre educação não dão audiência. Por isso, faltam
patrocinadores. Mas o público precisa ser construído com a habitualidade. É
preciso existir os programas para possibilitar o surgimento de um público-alvo.
Quem sabe alguma delas poderia substituir algum de concursos de comida ou de
música, a febre atual, por algum que trate seriamente de educação.
Mesmo as reportagens em programas
de notícia, jornais e revistas só falam de números, sejam de escolas caindo aos
pedaços, de ônibus aos frangalhos, de falta de merenda, de quantidade de
escolas invadidas. Vão além, apenas, quando é para falar dos tais planos,
metas e reformas do governo.
Os grandes jornais não obedecem
às regras defendidas por especialistas em educação. Qualquer um grande jornal,
quando se abre sua página na internet, estará expondo de forma errada a
abreviatura de horas. Eles seguem o raciocínio de que o nosso erro é sempre
irrelevante ou muito simples.
Professores são preguiçosos na
sua grande maioria. Por exemplo, é comum ameaçarem alunos se aparecerem na escola
naquelas pontes entre feriados e fim de semana. Aulas de verdades só existem
após semanas do início do ano letivo e acabam um mês antes da data oficial de
encerramento.
Alunos brasileiros não aprendem
porque não estudam. Decoram itens, números e até conceitos apenas para fazerem
prova. Quem consegue nota máxima sabe tanto quanto quem zera nas provas.
Ninguém tem orgulho por aprender algo, mas todos se orgulham pelas notas altas
que tiraram “colando”. Todos se alegram quando não têm aula ou o professor
falta, e ficam tristes, raivosos se algum prolongar alguns minutos de aula para
completar um raciocínio.
Só o espanto e a grita geral com
os resultados causam estranheza. E a novela “fracasso e desculpa” continua como
única receita de quem não se desenvolve em nada.
PS: Para os devidos fins, a
partir de 7 de dezembro de 2016, o Brasil declara que tem um novo Supremo. E
este é Soberano!
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