Sete presos do Complexo
Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) foram identificados como líderes da
rebelião que resultou na morte de 56 detentos, no domingo (1º), em Manaus. A
força-tarefa da Polícia Civil informou que ainda apura o nome de outros presos
envolvidos no massacre. O inquérito policial deve ser concluído em 30 dias.
Em entrevista ao G1, o delegado
Ivo Martins titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros
(DEHS) informou que já ouviu depoimentos de agentes carcerários, presos e
outros envolvidos na ocorrência, que apontam a liderança dos sete presos.
"Ouvimos cerca de 15 a 20
pessoas. Já temos sete nomes levantados, só que não dá para pegar tudo e
atribuir a esses presos. Temos que coletar esses outros nomes", disse ele
ao reforçar que todos os líderes teriam ordenado o massacre de dentro da
unidade prisional.
Segundo ele, ainda não é possível
dizer se o massacre foi uma ação ordernada da facção Família do Norte (FDN)
contra o Primeiro Comando da Capital (PCC).
"O que sabemos é que [a
rebelião] ocorreu logo após o horário de visitas. Estamos tentando entender
como o fato se deu, como ocorreu, como foi a dinâmica dos fatos, ver os últimos
passos das vítimas, saber qual o motivo delas terem sido mortas, para então
encontrar uma motivação [para o massacre] e as autorias. Estamos
filtrando", contou.
Martins informou que a
força-tarefa da Polícia Civil trabalha em diferentes frentes, que incluem
trabalho de campo, análise, inteligência e oitivas. A expectativa, de acordo
com ele, é que as investigações sejam finalizadas antes do prazo de 30 dias.
"Pedimos um pouco de
paciência da sociedade, porque não dá para pegar todos aqueles que estão lá
dentro e atribuir todos os crimes a eles. Têm várias condutas delituosas aí. A
gente tem homicídio qualificado, dano qualificado, motim de presos, lesão
corporal, porte de arma de fogo, cárcere privado, tortura. Ainda não dá pra
dizer quantos estão envolvidos", completou.
A força-tarefa de investigação é
formada por delegados de unidades especializadas e Distritos Integrados de
Polícia (DIPs) e é coordenada diretamente pelos delegados Ivo Martins, Tarson
Yuri e Rodrigo de Sá Barbosa, titulares, respectivamente, da DEHS, 4ª
Seccional Oeste e 20º DIP, localizado no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus,
onde alguns fugitivos chegaram a ser recapturados.
Entenda o caso
O primeiro tumulto nas unidades prisionais do estado ocorreu no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Um total de 72 presos fugiu da unidade prisional na manhã de domingo (1º).
O primeiro tumulto nas unidades prisionais do estado ocorreu no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Um total de 72 presos fugiu da unidade prisional na manhã de domingo (1º).
Horas mais tarde, por volta de
14h, detentos do Compaj iniciaram uma rebelião violenta na unidade, que
resultou na morte de 56 presos. O massacre foi liderado por internos da facção
Família do Norte (FDN).
A rebelião no Compaj durou
aproximadamente 17h e acabou na manhã desta segunda-feira (2). Após o fim do
tumulto na unidade, o Ipat e o Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM)
também registraram distúrbios.
No Instituto, internos fizeram um
"batidão de grade", enquanto no CDPM os internos alojados em um dos
pavilhões tentaram fugir, mas foram impedidos pela Polícia Militar, que
reforçou a segurança na unidade.
No fim da tarde, quatro presos da
Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus, foram mortos
dentro do presídio. Segundo a SSP, não se tratou de uma rebelião, mas sim de
uma ação direcionada a um grupo de presos.
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