Órgãos do Sistema de Segurança
iniciaram, nesta segunda-feira, 02 de Janeiro, as primeiras apurações sobre o
confronto entre facções rivais que resultou, até o momento, na morte de 60
presos do regime fechado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj),
localizado no quilômetro 08 da BR-174. As informações foram confirmadas pelo
Comitê de Gerenciamento de Crise, coordenado pelo secretário Estadual de
Segurança Pública, Sérgio Fontes.
Os presos foram mortos pelos
próprios internos do Compaj, em um confronto de extrema violência que durou
cerca de 15 horas. Ao longo desse período, o trabalho de negociação foi
coordenado pelo major Paulo Emílio, da Polícia Militar, com apoio do presidente
da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Epitácio Almeida, e o juiz da Vara de
Execuções Penais, Luis Carlos Valois, que conseguiram a liberação dos 12
reféns, funcionários de uma empresa terceirizada.
Em coletiva à imprensa, Sérgio
Fontes e o secretário de Estado de Administração Penitenciária, Pedro
Florencio, esclareceram que as primeiras alterações no Compaj foram registradas
por volta das 16h de domingo (1º), quando os presos de uma facção renderam os
agentes e ocuparam os pavilhões. Uma hora antes, por volta das 15h, o Instituto
Penal Antônio Trindade (IPAT) registrou a fuga de aproximadamente 87 presos. Os
eventos são considerados isolados, mas ainda estão sendo investigados.
Os detentos estavam armados e
trocaram tiros com os policiais militares que ficam na guarita fazendo a guarda
do presídio. O objetivo dos presos, de acordo com Sérgio Fontes, era matar os
internos das facções rivais. “O que aconteceu no Compaj é mais um capítulo da
guerra que o narcotráfico impõe nesse País e demonstra que esse problema não
tem como ser enfrentado apenas pelos Estados”, disse.
Sérgio Fontes ressaltou que o
Estado já solicitou apoio do Governo Federal para novas ações de combate ao
narcotráfico e reforço na segurança das unidades prisionais. “Não se trata de
um problema apenas do Sistema Penitenciário e nem é um caso isolado no País,
mas sim muito maior, já que a disputa dentro dos presídios é uma extensão da
guerra que acontece também fora”, disse.
Providências
A partir do ocorrido, Sérgio Fontes
informou que a atuação dos órgãos de Segurança será para investigar e penalizar
os autores dos assassinatos, manter a ordem nas demais unidades prisionais,
recapturar os presos foragidos e garantir a segurança da cidade no geral.
O secretário de Estado de
Administração Penitenciária, Pedro Florencio, ressaltou que ao longo de 2016
diversas fugas e confrontos foram evitados. “Logo que a situação foi percebida
houve a atuação imediata dos policiais militares, que após troca de tiros,
conseguiram evitar que os presos fugissem ou ocupassem outros pavilhões”,
disse.
O Comitê de Gerenciamento de
Crise é formado por mais de 20 órgãos do governo do Estado e governo Federal,
incluindo as Forças Armadas, sob a coordenação da Secretaria de Segurança
Pública do Amazonas (SSP-AM).
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