A programadora Fox decidiu neste
domingo tirar seus canais do catálogo da operadora de TV via satélite, a
segunda maior do país. Com isso, os 5,2 milhões de assinantes da Sky no Brasil
poderão ficar sem a volta da temporada da série The Walking Dead, a mais vista
do país, no próximo dia 12. O sinal dos canais da Fox na Sky foi cortado às 18h
deste domingo (5), pegando de surpresa os telespectadores do clássico italiano
Juventus x Inter, pela Fox Sports, que protestaram nas redes sociais.
As negociações pela renovação de
contrato, no entanto, não foram encerradas. Uma nova rodada acontecerá nesta
segunda. Com o corte do sinal, a Fox aumenta a pressão sobre a Sky. Além da
renovação do contrato de seus canais básicos (Fox, FX, Fox Sports), a
programadora quer a distribuição de um pacote premium.
O corte neste domingo ocorreu
apenas no Brasil, mas pode se estender pela América Latina durante a semana.
O impasse entre a Fox e a Sky já
se arrasta há alguns meses: no dia 24 de janeiro, a programadora divulgou um
comunicado em que lamentava não ter chegado a um acordo "depois de vários
meses de negociações" e anunciava o fim da distribuição de seus canais
pela operadora no dia 31. No fim do mês, um novo comunicado adiou a data
definitiva para esta sexta-feira (3). Na sexta, a corte foi adiado novamente.
Além da negociação pela
permanência de seus sete canais básicos (Fox, FX, NatGeo, NatGeo Wild, Fox
Sports, Fox Sports 2 e Fox Life), sem contar as versões HD (alta definição), a
briga entre a programadora e a operadora é pela inclusão no serviço do pacote
premium da Fox, que conta com o Fox1 e o Fox Action, lançado no início do ano
passado.
Os canais vêm com um preço extra,
de R$ 24,90 por mês (R$ 14,90 nos primeiros 12 meses). As operadoras podem
absorver esse custo ou repassá-lo para os assinantes. O principal motivo do
impasse é o reajuste pedido pela Fox pelos seus canais básicos. Em um momento
de crise financeira e de queda do número de assinantes, a Sky reluta em assumir
novos custos.
A Sky não é a primeira operadora
a sofrer pressão do grupo Fox: em fevereiro do ano passado, a programadora
tirou seus canais da Oi, afetando mais de 1 milhão de assinantes. Voltou ao ar
uma semana depois. Em julho, a briga foi com a Net e a Claro, que somam 10
milhões de clientes _na ocasião, o acordo foi feito antes de uma atitude mais
drástica.
Para aumentar seu poder de
persuasão, a Fox ainda incentivou seu público a bombardear as operadoras com
mensagens solicitando a permanência dos canais nos pacotes. Em vídeo exibido na
internet e nos intervalos da grade, a mensagem de possível saída da Sky surgia
em tom de quase ameaça:
"Atenção assinantes da Sky.
Lamentamos informar que não chegamos a um acordo com a sua operadora de TV por
assinatura e a partir de 1º de fevereiro todos os canais da Fox vão sair do ar.
Você escutou bem. Todos estes canais (Fox Sports, Fox Sports 2, FX, Fox, Fox
Life, National Geographic, NatGeo Wild) vão desaparecer da sua televisão. Ligue
para a central de atendimento ao assinante da Sky e diga 'quero a Fox'",
sugeria a mensagem.
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