O juiz Sérgio Moro, responsável
pelos processos da Lava Jato na primeira instância, negou o
pedido do Ministério Público Federal (MPF) e da defesa do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva para ouvir mais testemunhas na ação penal do triplex
do Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato, antes da fase de alegações finais.
A decisão foi publicada no
sistema eletrônico da Justiça Federal por volta das 5h30 desta segunda-feira
(15).
O G1 tenta contato com a defesa
de Lula para comentar a decisão de Moro. Ao G1, o MPF informou que, se houver
manifestação, será nos autos do processo.
Sobre o pedido da defesa, Moro
argumentou que faltou identificação completa como nome e endereço das
testemunhas. "Indefiro, portanto, o requerido por deficiência no
requerimento e desnecessidade da prova”.
Moro afirmou sobre a solicitação
do MPF que: “Enfim, este Juízo já ouviu muitos depoimentos sobre o apartamento
triplex e sobre a reforma dele, não sendo necessários novos a esse respeito”.
O processo investiga se Lula,
acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, recebeu R$ 3,7 milhões em
propina, de forma dissimulada, da empreiteira OAS. Em troca, a empresa seria
beneficiada em contratos com a Petrobras. Veja
detalhes da ação penal.
Na mesma decisão, Sérgio Moro
marcou os prazos para as alegações finais. A acusação terá até o dia 2 de
junho, e a Petrobras tem até o dia 6 de junho para se manifestar. A defesa do
ex-presidente poderá apresentar as conclusões até o dia 20 de junho.
Os advogados de Lula também
haviam pedido para o MPF esclarecer “o status das negociações de acordos de
colaboração com José Adelmário Pinheiro Filho [Léo Pinheiro] e Agenor Franklin
Magalhães Medeiros e os benefícios oferecidos”, conforme consta no despacho do
juiz federal.
Moro consentiu a este pedido da
defesa do ex-presidente: “Defiro apenas o requerido para que o MPF, nas
alegações finais, informe, caso eventual acordo tenha sido celebrado e não
esteja sob sigilo decretado por jurisdição de hierarquia superior, o seu teor”.
Léo Pinheiro e Agenor Franklin
Magalhães Medeiros eram ligados à OAS – ex-presidente e ex-executivo,
respectivamente. Os dois já foram condenados pela Operação Lava Jato.
Outra ação penal
Na Justiça Federal do Paraná,
Lula é réu em outra ação penal.
O MPF acusa o ex-presidente de
receber como propina um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto
Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do petista, em São Bernardo do Campo
(SP). De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, esses imóveis foram comprados
pela Odebrecht em troca de contratos adquiridos pela empresa na Petrobras.
Os advogados de Lula arrolaram 87
testemunhas de defesa, e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em
Porto Alegre (RD), dispensou
o ex-presidente de comparecer aos 87 depoimentos.
As audiências com testemunhas de
acusação, deste processo, começaram
em 8 de maio.
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