Eduardo Braga cobra providências do governo federal para normalizar fornecimento de energia ao AM



Em audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), nesta terça-feira (06/06), o senador Eduardo Braga (PMDB/AM) cobrou providências do Ministério de Minas e Energia e dos órgãos do setor para a crise de fornecimento de combustível da Petrobras para as termelétricas administradas pela Eletrobras Distribuição Amazonas. Uma delas é a edição urgente de uma medida provisória para regular as divergências entre as duas empresas no estado. “Estamos falando de milhões de brasileiros que poderão correr o risco de blecaute constante”, alertou o parlamentar, que preside o colegiado e requereu a reunião com o senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA).


Ele sugeriu ainda a rápida contratação de produtores independentes de energia. O leilão – concluído pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no mês passado – vai atender sistemas isolados de 55 localidades do Amazonas. “Isso resolveria dois terços do problema em relação a óleo diesel no Amazonas versus Eletrobras Distribuição Amazonas”, disse.

Diante de técnicos e representantes do setor, o parlamentar declarou que as duas iniciativas podem representar uma solução de médio e longo prazos para o estado. “A solução de curto prazo está sendo mantida em função de liminares, o que torna uma insegurança energética para o setor muito grande e tem ocasionado apagões permanentes em Manaus”, disse Eduardo Braga, referindo-se à termelétrica de Mauá 3, a maior da Região Norte.

Localizada na zona Sul de Manaus, no bairro Mauazinho, a térmica deve começar a fase de testes este mês graças a uma decisão da Justiça que obriga a Petrobras a disponibilizar gás natural. Quando estiver em pleno funcionamento, Mauá 3 atenderá 50% do consumo na capital e região metropolitana e aliviará a intensa demanda sobre a energia transmitida pelo Linhão de Tucuruí, como acontece atualmente. Essa dependência, lembrou o senador, tem provocado cortes de carga e blecautes em Manaus.

Só este ano, a capital registrou sete interrupções de energia em decorrência de instabilidades no linhão, destacou o diretor-presidente da Eletrobras Amazonas Geração e Transmissão, Waldy Charone Júnior. Ao longo de todo o ano de 2016, foram somente seis suspensões de fornecimento. “É muito vulnerável a situação de Manaus”, afirmou o dirigente.                       

No interior, o drama é praticamente o mesmo, afirmou Eduardo Braga. Os municípios têm sofrido com falta de energia em decorrência da escassez de combustível utilizado pelas usinas térmicas, já que a Eletrobras Distribuição Amazonas não tem capacidade de pagar antecipadamente à Petrobras pelo gás natural.       

Privatização  – A Comissão de Serviços de Infraestrutura debateu o tema em duas audiências públicas seguidas. Na primeira, houve participação do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. Na ocasião, ele informou que somente a distribuição das empresas do Sistema Eletrobras será privatizada, incluindo a que atua no  Amazonas.

A medida, advertiu Eduardo Braga, prejudica muito o estado, especialmente o interior, pois nele os serviços de geração e distribuição são feitos em conjunto. "É preciso que haja sensibilidade", apelou.

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