Manaus – A decisão de ter um
bebê é considerada o máximo de demonstração de amor em um relacionamento.
Porém, nem sempre a geração de uma nova vida é planejada. É aí que surge a
gravidez indesejada.
O resultado de um estudo com 12
mil mulheres de todo o país, realizado pelo site ‘Trocando Fraldas’, constatou
que o Amazonas é o estado campeão de gravidez indesejada: 67% das gestantes
declararam não ter planejado conceber um bebê.
A ginecologista obstetra
Cristiane Marrie, que trabalha com gravidez de alto risco, disse que o alto
índice não pode ser atribuído à falta de informação. “Hoje, nós temos todos os
tipos de mídias, de fácil acesso à todas as pessoas. Talvez, se houvesse melhor
investimento na saúde da família, nas equipes profissionais, para que
acompanhem de perto as escolas e as residências destas pessoas, acredito que
este índice reduziria bastante”, disse ela.
A assistente social Adriana Neves
lembra que uma gravidez indesejada, principalmente na adolescência, pode afetar
o convívio familiar e social. “A gravidez chega a ser indesejada no lar, com os
pais. A primeira barreira que ela encontra é dentro de casa. Isso interfere na
vida acadêmica também, porque a gestante passa a não querer mais ir para a
escola, muitas vezes, por vergonha. Então, não ter a rejeição da família é
muito importante. Mas também ocorre o contrário: ela tem apoio na escola e não
tem em casa”, comentou.
A rejeição de uma gestação, além
de afetar a saúde física e mental da mãe, pode acarretar prejuízos ao bebê.
“Nos estudos e trabalhos com grupo de grávidas, percebemos que a própria mulher
vai criando aqueles sintomas psicológicos de rejeição. E se fizermos o
acompanhamento desta criança, muitas delas já crescem sentindo a rejeição da
mãe, que houve no ventre”, disse Cristiane.
Infidelidade masculina contribui
para as gestações inesperadas
A pesquisa detalhou ainda que
menos de 70% das gestações indesejadas são concluídas, no Amazonas. A Região
Norte tem a maior quantidade de mulheres que engravidam sem querer. O índice é
superior a 60%, à exceção do Pará, que é de 51%.
Um dos principais motivos para
estes resultados é o fato dos homens não manterem relações fixas com as
mulheres, o que também varia conforme a idade, segundo a ginecologista
obstetra. “É diferente a situação de uma mulher adulta e de uma adolescente,
que toma anticoncepcional via oral. Elas mesmas dizem que esquecem de tomar, o
que aumenta o risco de uma gravidez. Há também a questão dos parceiros, que se
relacionam com essas mulheres, as engravidam e, depois do ato, elas são
literalmente abandonadas. Assim, a gravidez se torna indesejada”, citou a
especialista.
A pesquisa, inclusive, confirma
isso. Amapá, Paraíba e Amazonas são os estados com menos relacionamentos fixos
ao engravidar indesejadamente. No Brasil, 11% de pais de filhos indesejados não
assumiram a paternidade. Em Fortaleza, Florianópolis e Belo Horizonte vivem
mais mulheres com gestações planejadas.
Para conferir a pesquisa
completa, basta acessar o endereço eletrônico do site ‘Trocando Fraldas’
(www.trocandofraldas.com.br/
gravidez-indesejada-no-brasil).
gravidez-indesejada-no-brasil).
Fonte:D24am
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