No
tempo que a Justiça eleitoral, deixava as coisas correrem as soltas nas
campanhas eleitorais em Atalaia do Norte. Os Candidatos a vereadores não tinham muito sossego.
Principalmente, se dissessem por aí que tinham uma grana para investir na
Campanha eleitoral.
Candidatos
mais endinheirados confeccionavam chaveiros, camisas, bonés, canetas e até
dentaduras.
Os
que ganhavam dentadura sorriam na hora de votar. Ah! Existiam aqueles
Candidatos que engordavam o eleitorado. Oferecendo Café da Manhã, almoço e
Jantar até o dia da eleição.
E um
desses Candidatos, era o Seu João Benjamin,
respeitado na sociedade atalaiense. Que naquela época, tinha um pequeno
restaurante chamado “Floresta”, onde servia um farto cardápio regional. E um
desses eleitores, era Seu Faustino,
nordestino e bom de história. Agricultor, que andava nas ruas com um cacete de
maçaranduba. Onde seu maior feito foi ter lutado na segunda guerra mundial, em
45.
Campanha
nas ruas, tempo que por aqui ainda não existiam os carros volantes. Apenas as
bocas de ferro. Onde o locutor sempre anunciava mais os seus prediletos. Foram
três meses de muito sufoca e “pedilança”.
Enfim, é chegado o dia 15 de Novembro.
Para
quem não é dessa época, a eleição era nesta data, para coincidir com
Proclamação da República, dando um ar de liberdade!
Foi
três meses o Faustino
comendo e bebendo. E todos os dias ele repetia:
- Não se preocupe seu João, meu voto é
sagrado no senhor. Um cabra macho como eu, não volta a palavra atrás!
No
dia da eleição, o candidato João Benjamin,
de vez em quando dava uma conferida em duas folhas de papel almaço, onde
estavam listados mais de 200 eleitores. Já se imaginava eleito. Era meio dia, e
logo chegou Faustino.
E os dois começaram uma empolgada conversa.
Seu
João Benjamin, muito alegre, e já se achava eleito, pergunta ao eleitor
Faustino:
- E ai meu amigo
Faustino. Já votou?
Imediatamente,
Faustino responde com um sorriso na cara:
- Já seu João! Não foi fácil, mas
consegui votar pra vereador. Votei no senhor, e na Dona Irene!
Seu
João Benjamin coçou a cabeça como faz de costume, e só lamentou o ocorrido!
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