Caro leitor JV, o ano era 2001,
numa tarde em que Flamengo e Vasco, estavam a disputar mais uma decisão do
Campeonato Carioca. Lembro-me como se fosse hoje, Atalaia inteira paralisada
por causa desse jogo.
O Flamengo, que tinha um elenco
escalado assim: Júlio César, Alessandro (Maurinho), Fernando, Juan, Cássio,
Leandro Ávila, Rocha, Beto (Jorginho), Petkovic, Reinaldo (Roma) e Edílson.
Técnico: Zagallo.
O Vasco, confiante vinha embalado
e escalado dessa forma: Helton, Clebson, Geder (Odvan), Torres e Jorginho
Paulista; Fabiano Eller, Paulo Miranda, Pedrinho (Jorginho) e Juninho Paulista;
Euller e Viola (Dedé). Técnico: Joel Santana.
Sim, vamos aos fatos daquele dia
especial. Na casa da Tia Nazita, o velho e lindo bandeirão já estava
desfraldado em frente à Rua Pedro Teixeira. Mas, o lugar tradicional e
democrático para as torcidas, sempre foi o “Bar Corujão”, onde já estava lotado
por flamenguista e vascaínos, que tomavam aquela cerveja geladinha.
Na casa de Dona Chagas, minha
mãe, que ficava no antigo bar do Delegado Senna, não tinha para ninguém! Apenas
um Vascaíno, o meu cunhado Wando, que chateava a rapaziada Rubro negra no
recinto.
Naquele domingo, também era dia
de almoçar na casa da mãe. Era obrigação dos filho, noras e netos.
Só no primeiro tempo do jogo, já
tinha levado alguns para o hospital, que por sinal estava faltando oxigênio.
Não se via um pé de vivente na
Rua.
Aos vinte três minutos do primeiro
tempo, Edilson, marca o primeiro para o Flamengo. Depois de um bom tempo de
jogo, o Vasco empata com Juninho Paulista aos quarenta minutos.
Aí, a coisa ficou pau a pau.
Aliviando assim os dois lados.
Começa o segundo tempo, e aos
oito minutos, Edilson novamente faz... Flamengo dois a um.
Só que mesmo virando o jogo, o Vasco era
campeão naquela tarde.
No Bar Corujão, os Vascaínos já contavam com a
taça na mão, e preparavam a passeata.
Seu João Benjamin, meu pai, já
estava sem ar e precisou ser atendido por Dona Chagas, com massagens no peito e
costas, com “Sebo de Holanda”.
Quarenta e dois minutos do
segundo tempo, e a passeata Vascaína já estava formada.
Ninguém acreditava no terceiro
gol do Flamengo.
A professora Dima, era baliza da
passeata, e estava à frente, com um imenso bandeirão do Vasco. Muitas apostas
foram feitas, já tinha flamenguista pagando. Fosse a dinheiro, ou mesmo em
cerveja.
A foguetada estava ensurdecedora.
Imagine caro leitor Jambo Verde, a tristeza na casa de Mamãe!
Nesse momento, rezar era
obrigação.
De repente! Ataque do flamengo e
o Vasco põe a bola para escanteio.
Só que em vez do escanteio, o
Juiz Léo Feldman, marca falta. Milhões de torcedores flamenguistas vão à
loucura...
Pet, o Petkovic vai para a cobrança.
E a passeata Vascaína na Rua, sem
que muitos nem ligassem para a tal cobrança de falta.
Lá, Pet bateu a falta...
E, é Gooooooool, do Flamengo, Petkovic para o Flamengo, disse o
locutor. Colocando a bola aonde a coruja dorme.
Ai, coisa mudou, caros leitores!
A professora Dima, sem acreditar,
enrolava a bandeira Cruz maltina. Sai a passeata Vascaína, entra a do Flamengo.
Apostadores devolvendo os prêmios
aos seus respectivos donos. E, entra a Raça Flamenguista para a grande passeata
Rubro negra, naquela tarde inesquecível para Atalaia do Norte!
Acreditem, isso aconteceu em
Atalaia do Norte!
Na leitura, Vivi todo o enredo.
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