Rapidinhas do Brasileirão - Resumo da rodada de quarta-feira(6)


Palmeiras muda postura fora de casa e surpreende Grêmio com pressão e precisão


Verdão vence a quinta no Campeonato Brasileiro e sobe para a terceira colocação
Se o Palmeiras enfrentou o Cruzeiro fora de casa, na oitava rodada do Campeonato Brasileiro, acuado e esperando uma bola para sair no contra-ataque, na décima rodada, diante do Grêmio, na última quarta-feira, tudo foi diferente.
A equipe comandada por Roger Machado não se initimidou com a, até então, melhor defesa do Brasileirão, apertou a marcação e complicou a saída de bola dos gremistas, que tem em seus volantes a principal válvula de escape do time de Renato Gaúcho.
– Tem quatro jogadores no Grêmio que dificilmente perdem a bola. O Arthur, o Maicon, o Everton e o Luan. A retenção da bola por esses jogadores permite que o Grêmio ganhe campo. Era importante não permitir que esses jogadores tivessem conforto para ficar com a bola. A gente roubando tivesse a condição, e não no nosso campo de defesa. Era sempre que possível pegar dentro do seu campo para neutralizar na origem as principais ações do Grêmio – afirmou o treinador alviverde após a vitória por 2 a 0.
E eles não tiveram conforto. Na imagem abaixo é possível ver essa pressão feita pelo Verdão durante o confronto. No lance destacado, aos 20 minutos do primeiro tempo, o atacante Luan recebe uma bola na zona defensiva para iniciar uma jogada ofensiva, mas logo sofre o combate de Thiago Martins, que sai deixa zaga para impedir o avanço do adversário.

***

Mano classifica polêmicas como estranhas e diz que árbitro "segurou" Cruzeiro


Técnico da Raposa reclama de dois pênaltis não marcados a favor do clube no empate por 1 a 1 com o Vasco

Mano Menezes olhou com cara de poucos amigos para o árbitro Luiz Flávio de Oliveira quando ele apitou o fim do jogo no Mineirão. Isso porque o técnico do Cruzeiro considerou que dois pênaltis não foram marcados a favor do clube no empate por 1 a 1 com o Vasco (veja no vídeo abaixo). O primeiro deles foi em Edilson, no primeiro tempo. Já o segundo foi na etapa final, sobre o atacante Raniel.
- Acho que na outra vez que o Vasco veio, ele segurou a gente. Hoje, seguraram a gente. Não tiveram nem classe para fazer. Se quisessem fazer, que tivessem competência para fazer. Todos viram. Eu não gosto de falar de arbitragem. Porque eu sou o chorão sempre.
O técnico classificou as polêmicas da partida como “tudo meio estranho”. Porém, ele também observou qualidades no volume do jogo do Cruzeiro, que pressionou o Vasco, principalmente com vários cruzamentos na área.
- Não gosto de falar sobre o adversário. Ele tem o direito de pensar o que tem que fazer. Se estivesse do lado de lá, faria o mesmo. Tudo tem sua hora e seu tempo no futebol. O Cruzeiro mereceu porque aconteceu o gol e mais dois lances de penalidade não marcados. Poderíamos ter vencido com mérito, uma vitória de virada, bem construída. O mérito que estão vendo do lado de lá, poderia não estar sendo discutido.
O Cruzeiro tem mais dois compromissos antes da pausa para a Copa do Mundo. As duas partidas são fora de casa, diante de Chapecoense e Paraná.

***
Análise: antes exemplo, defesa começa a virar preocupação no Corinthians


Apesar da boa fase de Balbuena e Henrique, setor dá mais sinais de instabilidade em empate com o Santos; na frente, Roger se adapta aos poucos

uando Rodrygo pega a bola e ensaia o cruzamento no lado esquerdo, que leva perigo ao Corinthians, Balbuena está fora da área, Henrique e Sidcley ficam no meio dela, e Rodriguinho (?) é quem fecha a linha, teoricamente responsável por acompanhar Victor Ferraz.
Resultado: o lateral do Santos passa pelas costas de Rodriguinho, cabeceia livre e empate o clássico para a equipe visitante em Itaquera.

Em cinco jogos, o Corinthians de Osmar Loss tem perdido consistência na defesa. O empate por 1 a 1 com o Santos, nesta quarta-feira, dentro de casa, mostrou mais uma vez essa tendência.
Não que o Corinthians tenha desaprendido a marcar – Balbuena e Henrique são dois dos melhores jogadores do time nessa fase, por exemplo. Mas, em relação à equipe de Fábio Carille, que sofria poucos gols (menos ainda depois que abria o placar), há diferenças significativas.
Veja abaixo alguns dados:
Nenhum dos cinco jogos sob comando de Osmar Loss teve a presença de Fagner, que dá equilíbrio à linha defensiva pelo lado direito. Os rivais têm atacado pelo lado de Mantuan, e os gols vêm saindo. Nesta quarta, ele precisou de ajuda para segurar Rodrygo;
O Corinthians já levou uma virada no período – para o Inter – e deixou o rival empatar em uma ocasião, contra o Santos. No Brasileirão do ano passado inteiro, não tomou uma virada sequer. Quando perdeu, já começou atrás no placar;
O time tem exercido marcação mais baixa quando o rival tem a bola, até mesmo em casa. O Corinthians "sabe sofrer", mas tem sofrido bem mais do que o necessário;
Em cinco jogos, são cinco gols sofridos – a média não é ruim, mas já aumentou.
O Corinthians volta a campo no próximo sábado com pressão um pouco maior do que já carregava: enfrenta o Vitória, rival da zona de rebaixamento, novamente em Itaquera. O ataque já era uma preocupação recorrente, como mostraremos abaixo. Agora, porém, a defesa passa a inspirar preocupações. E não terá Balbuena, convocado para a seleção paraguaia. Talvez ele nem volte...
No primeiro tempo do clássico, principalmente, Roger foi alvo dos meias e laterais, que a todo momento investiam nas bolas alçadas em vez de jogar pelo chão, com velocidade. No fim, foram 35 cruzamentos do Corinthians, apenas sete certos.
Em alguns desses casos, as bolas foram mal levantadas, ou com muita força, ou sem direção. Em outros, o centroavante não entendeu a jogada e se posicionou mal, escondido atrás dos zagueiros.
Na primeira tentativa de triangulação, no início do segundo tempo, saiu o gol: Roger, que tem, sim, qualidade, antecipou-se a Lucas Veríssimo para finalizar jogada tramada por Pedrinho e Rodriguinho. O 1 a 0, em outros tempos, seria suficiente.
Neste Corinthians em transição, porém, não é. Sem a segurança necessária, o Timão sofre além do que pode e toma gols. Foi assim com Victor Ferraz. E só não foi pior porque Gabigol perdeu duas chances, uma delas inacreditável, sem goleiro. Uma derrota poderia trazer efeitos ainda mais graves a um trabalho que está no começo. O empate, porém, já não esconde os problemas.


Comentários