Comissão de Direitos Humanos da ALEAM solicita o cancelamento e o retorno das aulas nas escolas públicas
Foto: Márcio Gleyson |
O presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado
Dermilson Chagas (Podemos), entrará com um indicativo para a Secretaria do
Estado de Educação (Seduc) cancelar as aulas de ensino médio e o retorno do ensino
fundamental das escolas públicas estaduais. A decisão foi tomada após a
audiência pública com representantes do sindicato dos professores, Ministério
Público do Trabalho (MPT) e cientistas da Fiocruz e INPA, realizada na manhã
desta quinta-feira (24).
A audiência pública aconteceu no
mini plenário Beth Aziz no prédio da Assembleia Legislativa do Estado. Na
reunião, os representantes dos professores alegaram serem contra o retorno
“precipitado” porque a Seduc não está cumprindo com um próprio protocolo de
prevenção feito sem a participação dos educadores. “Não existe uma higienização
efetiva nas salas de aulas. Existem casos de contaminação de alunos e
professores dentro das escolas, por não haver equipamentos higiênicos
essenciais de prevenção, coisas que deveriam ter sido disponibilizadas pela
Seduc”, disse professora Alessandra Santos membro da Asprom.
O coordenador da Asprom Lambert
Melo afirma que desde o retorno das aulas, mais de dois mil professores da rede
de ensino contraíram o Covid-19, nas escolas, nos últimos 45 dias, sendo que
boa parte dos educadores são do grupo de risco. “É Lamentável saber que o
governador decide hoje fechar todos os bares e lugares que contém aglomerações,
mas mantém as aulas presenciais, decidindo ainda voltar com o ensino
fundamental. Será que ele acredita que aglomeração em locais fechados não
existe contaminação?”
Para Lambert, fica claro que o
governador Wilson Lima quer manter uma queda de braço com os professores, “para
demonstrar que ele tem o poder e que os profissionais da educação devem
obedecê-lo arriscando suas vidas”.
Retorno equivocado
De acordo com o Epidemiologista
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Jesem Orellana nos dias 19 a 25 de julho,
houve um acréscimo no número de mortes por covid, chegando a 35 óbitos
registrados. Ele alega que isso foi ocasionado pelo retorno do grupo de risco
da educação pública, em 20 de julho. “Esse aumento não é por acaso, se deve
pelas intervenções equivocadas do governo do Amazonas ao permitir esse
regresso”, disse.
Já o cientista do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Lucas Ferrante afirmou por meio de um
estudo cientifico da “Nature Medicine”, que o Governo do Amazonas errou em
flexibilizar, assim como também, retornar com as aulas presenciais, pois, a
pandemia no estado do Amazonas ainda não foi controlada.
“Apenas 20,8% da população de
Manaus teve contato com o covid-19. Os outros 80% ainda estão suscetíveis ao
vírus. Portanto, a Fundação de Vigilância e Saúde do Amazonas errou ao afirmar
que a Organização Mundial de Saúde havia liberado o retorno de aulas
presenciais. O que na verdade, foi permitido apenas em localidades fora da
transmissão. E é óbvio, o Amazonas ainda não chegou nesse patamar. Uma segunda
onda virá e caso não houver nenhuma metodologia de prevenção, haverá mais
outras duas mil mortes”, finalizou.
Suspensão
Diante dos fatos mostrados na
audiência, o deputado Dermilson Chagas enviará um indicativo para o Governo do
Amazonas e para Seduc solicitando a suspensão das aulas de ensino fundamental
médio e o cancelamento do retorno do ensino fundamental. “Os dados são
essenciais para o secretário Luiz Fabian suspender, e assim evitar o aumento de
contaminação. Nós temos uma carga de 40% dos professores dentro do grupo de
risco e isso tem que ser avaliado. O governo falhou por não ter tomado nenhuma
medida de prevenção eficiente. Hoje temos professores e alunos contaminados.
Portanto, irei fazer a minha parte e esperamos que o governo tenha essa
sensibilidade”, ponderou.
Link da audiência na
íntegra - https://drive.google.com/drive/folders/1VBDB1S5pyQKYlUXZ5elZYk9Swzj0e_61?usp=sharing
Via Assessoria de Comunicação do Deputado
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