Enquanto estados da Região
Sudeste do país enfrentam uma crise hídrica, os rios que banham o Norte do
Brasil seguem abundantes. Levar água do Rio Amazonas - um dos maiores
do mundo - para São Paulo e outros estados que sofrem com falta d'água foi
justamente a proposta sugerida pelo governador do estado, José Melo (PROS),
nesta terça-feira (3). Para Melo, se obras para o fornecimento fossem
realizadas, em dez anos, eventuais crises hídricas poderiam ser solucionadas
com utilização das águas de rios que passam pelo estado da Região Norte.
A declaração do governador foi
dada durante solenidade que marca o início dos trabalhos da Assembleia
Legislativa do Amazonas (Aleam), em Manaus.
Questionado sobre a crise hídrica e energética registrada na Região Sudeste,
José Melo disse que o país planejou, mas não executou da forma que deveria as
ações para os setores.
"O Brasil tem muitos
investimentos no setor de geração de energia e de abastecimento, mas que não
andaram na medida e velocidade que deveriam. Sei que existem aí muitas
dificuldades de ordem ambiental e financeira, mas eu acho que o Brasil pode
resolver esse problema com o Amazonas", avaliou.
A proposta do governador é levar
água de rios do Amazonas para as regiões que sofrem com abastecimento, dentre
elas, o Nordeste e o Sudeste. Uma das sugestões é utilizar água de um dos mais
extensos rios do mundo e de maior fluxo de água por vazão: o Rio Amazonas.
"Eu sou daqueles que entende
que a solução passa pelo Amazonas. Você tem o Nordeste Brasileiro com solos
extremamente férteis, mas não tem água. E agora o Sudeste do Brasil padecendo da
falta de água. A pergunta que deixo para o Brasil é o seguinte: por que não
levar água da Foz do Amazonas, que tem em abundância, para o Sul, Sudeste e,
sobretudo, para o Nordeste, onde há solos abundantes e ricos? Não precisaríamos
levar água todo dia. Quando no período de chuvas resolvessem a questão do
abastecimento dos reservatórios, a torneira estava fechada. Quando isso não
acontecesse, o Amazonas estaria lá para socorrer", afirmou José Melo.
Segundo o governador, se em médio
prazo, o Brasil optasse por levar água do Amazonas para outros estados, nos
próximos dez, seria possível criar um ciclo. "Hoje, você vê o petróleo e o
gás sair lá dos Urais, percorrer mais de oito mil quilômetros para chegar ao
mar da Turquia. Hoje, você vê um gasoduto sair da Bolívia e chegando a São
Paulo. Hoje, você vê a China comprando milhares de metros cúbicos de água do
Canadá. Não tem dificuldade de solução de engenharia. As tecnologias de
transferência estão todas dominadas", enfatizou, sem mecionar detalhes de
projetos.
G1amazonas
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