A senadora Sandra Braga (PMDB-AM)
subiu à tribuna do Senado na tarde desta segunda-feira, 31 de agosto, para
pedir a intervenção da presidente Dilma Rousseff em favor de uma solução
estruturante para o Centro de Biotecnologia da Amazônia, o CBA.
O apelo à presidente decorre do
fato de que, passados quase três meses desde que o CBA teve sua gestão
transferida para o Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia – o
Inmetro, praticamente nada se avançou na direção do que realmente interessa
para o futuro da instituição.
“Esperamos contar com a
compreensão e o espírito público da Presidenta que, mais de uma vez, demonstrou
sua disposição de defender os interesses do Amazonas e da Amazônia”, afirmou a
senadora.
Em seu discurso, Sandra Braga
insistiu em afirmar que a localização do CBA na estrutura do Inmetro é uma
solução temporária e paliativa. No último dia 24, o Inmetro aprovou, no âmbito
do Programa Nacional de Metrologia – o Pronametro, a concessão de bolsas de
estudo a pesquisadores do CBA, selecionando especialistas para dois anos de
contrato.
Segundo pesquisadores do Centro
ouvidos pela senadora, o que está sendo proposto no edital é praticamente a
folha de pagamento. O custeio não está explicitado no edital, que prevê a
seleção de apenas seis projetos de pesquisa.
“E isso é muito pouco. Basta
lembrar que o quadro do CBA tem 46 pesquisadores e, pelo novo edital, apenas 12
serão aproveitados”, protestou a parlamentar.
São seis projetos envolvendo seis
autores. O pagamento previsto é de R$ 132 mil por ano, o que significa R$ 11
mil ao mês, contemplando um pesquisador e um técnico. Teremos então um doutor
ganhando 8 mil reais por mês e um técnico, 3 mil.
Mas não é a questão salarial que
preocupa os pesquisadores e técnicos do CBA. O que mais os incomoda é ter um
órgão sediado no Rio de Janeiro, especializado em normatização e metrologia,
tomando decisões sobre o futuro da tecnologia e do desenvolvimento econômico do
Amazonas e da Amazônia.
Nessas condições, o edital é
visto como uma operação tapa buraco, cujo propósito é forçar a aceitação, por
parte da comunidade do CBA, de uma solução que não pode nem deve ser
definitiva, ainda que a gestão do Centro seja compartilhada entre o Inmetro, o
MDIC e a Suframa.
Em seu discurso, Sandra Braga
lembrou, também, da audiência pública realizada hoje, em Manaus, com a
participação de representantes dos ministérios da Ciência e Tecnologia e do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, além do superintendente da
Suframa, pesquisadores e técnicos do CBA.
“Nós não vamos desistir”, afirmou
a senadora. “Continuaremos firmes no propósito de convencer as autoridades da
importância de o Amazonas dispor de uma instituição como o CBA, para
desenvolver novas tecnologias e aproveitá-las no processo de desenvolvimento
econômico e social do nosso Estado e da Amazônia”, finalizou.
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