Oitocentos e quarenta e
cinco gestores públicos com contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do
Estado do Amazonas (TCE-AM) — a partir de agosto de 2008 — estão na 2ª listagem
entregue, nesta terça-feira (26), pelo presidente do TCE-AM, conselheiro Ari Moutinho
Júnior, ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ao Ministério Público Federal e
Ministério Público Estadual (MPE).
Em relação à listagem do mês
passado, o número subiu de 510 para 845 nomes por causa da inclusão das
prestações de contas de convênio, grande parte com um gestor responsável. Os
dados já foram inseridos no sistema Sis Contas Eleitoral e estão disponíveis no
portal do TCE-AM, no Serviço de Informação ao Público (SIP). Da lista anterior,
ao menos 40 nomes foram retirados por causa recursos com efeito suspensivo.
Conforme a Lei da Ficha Limpa, o
julgamento dos Tribunais de Contas é um dos critérios para se decretar a
inelegibilidade. A lista divulgada deverá auxiliar os órgãos envolvidos no
processo eleitoral a barrar candidaturas.
Em coletiva à imprensa, o
conselheiro Ari Moutinho Júnior relembrou que a lista do TCE não é
dos gestores inelegíveis, como pensam erroneamente algumas pessoas, uma vez
que somente a Justiça Eleitoral pode declarar a inelegibilidade, mas dos
gestores que usaram inadequadamente o dinheiro público e, por isso, tiveram as
contas reprovadas.
“O número aumentou por causa de
gestores responsáveis pelos convênios. Volto a dizer que essa lista não é
fechada, uma vez alguns ainda têm chance de ingressar com recursos. O que
nós estamos realmente fazendo é dando uma chacoalhada na letargia por parte de
alguns gestores, que não vinham dando a importância devida à questão da
prestações de contas e apostavam na morosidade ou na incapacidade do Judiciário
e do Ministério Público, pela falta de tempo, de oferecer as denúncias
cabíveis”, afirmou o conselheiro Ari Moutinho Júnior, ao destacar que a
colaboração do TCE e a união de forças entre os poderes vai fazer com que se
tenha, na eleição que se aproxima, um pleito sem os gestores que malversaram o
dinheiro público.
O promotor-chefe do Centro de
Apoio Operacional Eleitoral do Ministério Público do Amazonas, Públio Caio
Bessa Cyrino, elogiou novamente a atitude do Tribunal de Contas, não apenas
porque estará facilitando o trabalho do Ministério Público Eleitoral, mas pelo
trabalho de qualidade realizado com antecedência. “O trabalho do TCE
se configura como uma postura didática também com os candidatos, futuros
candidatos e gestores. Essas informações vão facilitar ainda mais, não apenas a
ação do MP, mas o acompanhamento do processo pela sociedade", afirmou.
O conselheiro Ari Moutinho Júnior
informou que vai disponibilizar, no próximo mês, seguindo os moldes do Tribunal
de Contas da União, uma consulta por CPF do gestor, para que toda a sociedade
possa fazer a livre consulta no portal do TCE. No canal, a população poderá ter
acesso aos acórdão e todas as partes processuais. O conselheiro revelou ainda
que a divulgação mensal da listagem pelo TCE-AM está servindo de exemplo para
os demais Tribunais de Contas. "Em reunião com o colegiado dos
presidentes, muito pediram detalhes do nosso levantamento e passarão a fazer o
mesmo", disse.
Além do conselheiro Ari Moutinho
Júnior e do promotor Publio Caio, o procurador de Contas Carlos Alberto Almeida
e o secretário-geral de Controle Externo do TCE, Pedro Augusto Oliveira.
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