Uma carta foi a maneira encontrada por uma menina de 12 anos
para contar à mãe sobre os estupros sofridos pelo próprio pai, dentro da casa
da família. O pedido de socorro foi entregue à polícia na Zona Leste de Manaus, e o homem
foi preso na terça-feira (21). No relato, a criança conta que os estupros
ocorriam há algum tempo e que já havia escrito uma outra carta para a mãe, mas
não teve coragem de entregar. No texto, ela pede ajuda.
O tenente B. Chaves, da 4ª Companhia Interativa Comunitária
(Cicom), contou ao G1 que foi abordado pela menina e pela mãe, ambas abaladas.
Após ouvir o relato das duas e ler a carta, uma viatura foi até a casa da
família e o homem foi preso em flagrante.
A menina contou à polícia que foi vítima de mais um estupro
na tarde de terça e, por isso, decidiu escrever a carta para a mãe. "Ela
sentia vergonha, tinha medo. Ela pedia perdão porque na cabeça dela estava
traindo a própria mãe", disse o policial.
Relato
No texto, a criança conta como ocorriam os crimes. A menina não cita quando os estupros tiveram início, mas afirma que eles ocorriam há muito tempo. Ela chega a pedir perdão para a mãe e a dizer que não conseguia impedir os abusos do pai.
"Mãe, me perdoa. Faz um tempo que isso está acontecendo [...] hoje isso aconteceu, isso é tão nojento. Mãe, eu nunca teria coragem de dizer para ele parar. Tudo começou quando ele veio com uma história de que queria lutar. Eu queria tirar ele de cima de mim, mas eu não conseguia, depois eu deixei, mas na minha mente eu nunca quis, ele falava para eu não sair, só que me doía muito mas eu sempre deixava. [...] Eu não queria olhar na cara dele, mas eu tinha que fingir que estava tudo normal. Eu não queria mais escutar no jornal coisa (sobre) abuso porque me doía muito. Eu já tinha escrito outra carta, só que não tive coragem de entregar. Eu pedi a Deus coragem para entregar essa. Por isso eu ficava com raiva de repente, nem ele nem a senhora me viram chorando, mas eu choro muito", diz um trecho da carta.
No texto, a criança conta como ocorriam os crimes. A menina não cita quando os estupros tiveram início, mas afirma que eles ocorriam há muito tempo. Ela chega a pedir perdão para a mãe e a dizer que não conseguia impedir os abusos do pai.
"Mãe, me perdoa. Faz um tempo que isso está acontecendo [...] hoje isso aconteceu, isso é tão nojento. Mãe, eu nunca teria coragem de dizer para ele parar. Tudo começou quando ele veio com uma história de que queria lutar. Eu queria tirar ele de cima de mim, mas eu não conseguia, depois eu deixei, mas na minha mente eu nunca quis, ele falava para eu não sair, só que me doía muito mas eu sempre deixava. [...] Eu não queria olhar na cara dele, mas eu tinha que fingir que estava tudo normal. Eu não queria mais escutar no jornal coisa (sobre) abuso porque me doía muito. Eu já tinha escrito outra carta, só que não tive coragem de entregar. Eu pedi a Deus coragem para entregar essa. Por isso eu ficava com raiva de repente, nem ele nem a senhora me viram chorando, mas eu choro muito", diz um trecho da carta.
Segundo a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao
Adolescente (Depca), o homem tem 34 anos, é industriário durante o dia e à
noite faz bicos como mototaxista. Na delegacia, o pai negou as acusações da
filha.
A menina foi encaminhada para exames no Instituto Médico Legal (IML). O laudo, segundo a assessoria da Polícia Civil, confirmou os abusos.
A menina foi encaminhada para exames no Instituto Médico Legal (IML). O laudo, segundo a assessoria da Polícia Civil, confirmou os abusos.
O pai da criança foi autuado por estupro de vulnerável e
deve ser encaminhado à Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa.
Dados
Em Manaus, 1. 283 casos de estupro em menores de 18 anos foram registrados de janeiro de 2014 a maio de 2016. Em 732 deles, as vítimas tinham menos de 11 anos.
Em Manaus, 1. 283 casos de estupro em menores de 18 anos foram registrados de janeiro de 2014 a maio de 2016. Em 732 deles, as vítimas tinham menos de 11 anos.
Os dados fazem parte de um levantamento feito pela
Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), que apontou ainda o total
de 551 registros de estupros com vítimas entre 12 e 17 anos.
Juliana Tuma, titular da Depca, afirmou que grande parte dos
estupros são cometidos por alguém da família ou próximo da criança,
dificultando que a vítima revele o crime. Ter atenção ao comportamento das
crianças contribui para os responsáveis descobrirem os casos.
"A própria alteração psicossomática nessa criança vai
mostrar algo errado, como introspecção, agressividade, isolamento, tristeza,
apatia, alterações no sono . Então, a mãe tem que estar atenta para
alterações de comportamento de seu filho e estabelecer uma relação de confiança
com ele para evitar esses casos", afirma a delegada.
Sabemos que casos semelhantes acontecem, porém estou notando que ultimamente as denuncias estão sendo maiores, como espero que maiores sejam as providências a serem tomadas
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