O Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) concedeu ao Amazonas o status de área livre de
febre aftosa com vacinação. O anunciou foi feito nesta quarta-feira, 16, na
sede do Governo pelo diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme
Marques. O reconhecimento abre mercado para exportação do gado e produtos de
origem animal do Amazonas para outros estados brasileiros.
Com o reconhecimento de área
livre de febre aftosa com vacinação no território nacional o Amazonas segue
agora para conquistar um novo pleito, agora com reconhecimento internacional da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
“Não temos dúvida de que nós já
erradicamos a febre aftosa neste Estado. Agora precisamos melhorar alguns
pontos para que possamos encaminhar o pleito a Organização Mundial de Saúde
Animal e sermos reconhecido livre de febre aftosa com vacinação do ponto de
vista internacional”, destacou Guilherme.
O Governo do Amazonas vinha
priorizando as ações de Defesa Sanitária Animal para promover a erradicação da
doença em todo o Estado, que foi detectada pela última vez há 13 anos. As
campanhas de vacinação, os índices vacinais, o estudo sorológico, a vigilância
ativa nas regiões de maiores riscos, o controle do trânsito animal, as
barreiras de vigilância, os recursos humanos e a melhoria da estrutura física
dos escritórios da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas
(Adaf) nos municípios foram algumas das ações reforçadas pelo Governo que deram
ao Amazonas o status de área livre.
De acordo com o
diretor-presidente da Adaf, Hamilton Casara, o Estado passa a trabalhar a
partir de então com o foco no reconhecimento internacional. “Todo o trabalho
realizado pelo Governo do Estado foi para atender as inconformidades
apresentadas pelo Mapa através do relatório da auditoria realizada. Nós
melhoramos muito no atendimento dessas inconformidades e agora o Ministério da
Agricultura veio para dialogar com o Governador para que possamos estabelecer a
governança necessária e a resolução das poucas inconformidades ainda
encontradas”, pontuou.
Economia – Os maiores rebanhos
estão localizados no Sul do Amazonas, nos municípios de Boca do Acre, Apuí e no
distrito de Santo Antônio de Matupi, em Manicoré. Estima-se que a pecuária
represente 2,5% do PIB estadual, numa parcela de 8% de todo setor primário. O
Amazonas, segundo dados da Adaf, possui 1.136.232 bovinos e 74.277 bubalinos
alcançando um rebanho total de 1.210.509. Atualmente são 12.372 produtores.
Para Casara, a erradicação da
doença no Amazonas vai fortalecer o setor pecuário que passa a contribuir ainda
mais com a economia no interior do Estado. “Isso nos leva a um desdobramento.
Não é apenas se tornar livre é contribuir para a valorização da carne, valorização
da propriedade, do patrimônio do produtor rural, mas acima de tudo contribuir
com o aquecimento da economia no interior do Estado. Esse é um novo momento e
vamos não apenas nos tornarmos livre com vacinação, mas manter o Amazonas fora
do risco de qualquer circulação viral com relação a febre aftosa”, reforçou.
Ao alcançar o status de livre da
aftosa, o Amazonas incrementa todo País no cenário comercial internacional de
exportação de carne, praticamente sem barreiras, garantindo maiores vendas para
a carne e outros derivados da pecuária. Além disso, o Estado consegue, ainda,
melhorar o campo da genética ao poder trazer animais geneticamente melhorados.
“O reconhecimento do Estado como
livre de febre aftosa com vacinação representa na prática mais renda para o
bolso de 60 mil amazonenses que vivem hoje da atividade da pecuária. Também
somos conscientes de que o Estado não pode viver mais só da atividade da Zona
Franca de Manaus. Precisamos interiorizar mais a economia do nosso Estado e
esse reconhecimento que vai acontecer deve abrir um horizonte muito promissor
para nossa pecuária para que possamos vender genética, embriões e até animais
vivos para o exterior, a exemplo do Pará, gerando emprego e divisas para o
estado e o País”, destacou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária
do Amazonas (Faea), Muni Lourenço.
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