A sonda Cassini irá nesta
sexta-feira (14) fazer seu último mergulho em direção a Saturno, em uma manobra
para chegar ao ponto mais próximo do planeta, e depois queimar na atmosfera. A
missão da Nasa, que começou há 20 anos, juntou milhares de dados importantes
sobre o 6º planeta do Sistema Solar.
Esta última etapa é chamada de
Grand Finale. Nesta sexta, a sonda fará uma imersão com aproximação da
atmosfera e a sonda irá se incendiar por causa do atrito. As últimas manobras
terão início às 08h37 GMT (05h37, em Brasília), e a entrada
"autodestrutiva" tem previsão de começar às 11h53 GMT (08h53, em
Brasília).
Um minuto depois, 1.510 km acima
da camada nebulosa, as comunicações se cortarão.
O fim da missão ocorre após quase
300 órbitas em volta do planeta. Com isso, a Nasa conseguiu fazer descobertas
importantes: os mares
de metano líquido sobre a lua Titã e a existência de um vasto oceano
de água salgada sobre a superfície glaciar da lua Encélado.
A nave
O desenvolvimento da Cassini
começou na década de 80. O nome é uma homenagem ao astrônomo italiano Giovanni
Domenico Cassini, que descobriu quatro satélites de Saturno e a divisão entre
os aneis. Junto à sonda, foi acoplada a nave Huygens, que aterrissou na lua
Titã, segunda maior de todo o Sistema Solar.
O lançamento ocorreu em 15 de
outubro de 1997. Bill Clinton ainda era o presidente dos Estados Unidos.
A Cassini demorou sete anos até
chegar no planeta no ano de 2004, em uma entrada precisa e inédita -- a agência
espacial está há 13 anos na região. A aterrissagem no solo da lua Titã ocorreu
um ano depois com o desprendimento da Huygens, em 2005. Ao final dessa missão,
a Nasa terá observado de perto quase meio ano de Saturno -- por lá, um ano
corresponde a 29 anos terrestres.
As luas
A Nasa chegou a uma contagem de
53 luas confirmadas do planeta -- com mais nove em investigação.
Com as pesquisas da Cassini, os
astrônomos chegaram à conclusão de que a lua Titã tem um dos mundos mais
parecidos com a Terra. Ela tem raio de 2.575 km, é a segunda maior lua do
Sistema Solar e registra temperaturas muito baixas. Mas é o único lugar já
descoberto com líquido estável na superfície. O ciclo é similar ao da água, mas
com metano.
Uma
brasileira está na equipe da missão, a astrônoma Rosaly Lopes. Ela faz
parte do time que pesquisa mais a fundo as luas de Saturno.
Nesta terça-feira (12), a Cassini
sobrevoou Titã pela última vez. Os engenheiros da missão vão usar as
informações coletadas nesse encontro, que apelidaram de "beijo de
despedida".
"A missão da Cassini foi
cheia de descobertas científicas, e isso continuará porque os instrumentos
recolherão amostras da atmosfera de Saturno até o último segundo", disse
Linda Spilker, cientista de projeto no Jet Propulsion Laboratory (JPL) da Nasa,
na Califórnia.
Água também foi encontrada em
outra lua, a Encélado, que tem vapores que saem de sua superfície. A Cassini
deu um rasante nestes "cânions" e sugou essas substâncias. Em abril
deste ano, a Nasa confirmou também a presença de gás hidrogênio.
17 países
A missão é um empreendimento
liderado pela Nasa, mas em conjunto com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a
Agência Espacial Italiana. As agências europeias construíram a sonda Huygens
transportada por Cassini. Foram 17 países envolvidos no projeto.
A missão Cassini-Huygens custou
US$ 3,26 bilhões. Os Estados Unidos contribuíram com US$ 2,6 bilhões, a ESA com
US$ 500 milhões e a Itália com US$ 160 milhões.
Fonte:G1
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