Por Marcel Camargo
Pode demorar, mas sempre receberemos na medida exata do que oferecemos. Nada
mais, nada menos do que isso.
Não raro, costumamos achar que
vimos sendo tratados injustamente ou de forma desagradável pelas pessoas que
nos rodeiam. É como se estivéssemos recebendo muito menos do que
verdadeiramente queremos ou pensamos que merecemos. Assim, passamos a colocar a
culpa do que nos ocorre tão somente nas pessoas e no mundo lá fora, o que nos
impede de nos enxergarmos como sujeitos de nossas histórias, uma vez que, nessa
ótica, seríamos meros joguetes nas mãos dos outros.
E, assim, vamos passando os dias
lamentando as supostas injustiças que nos vão sendo impostas, recheando nossas
amarguras com os tratamentos que julgamos descabidos por parte das pessoas que
convivem conosco, sentindo-nos mal amados, mal interpretados, mal vistos e
desvalorizados. Afinal, ninguém parece nos entender ou perceber os potenciais
que possuímos, como se estivéssemos sendo subutilizados em todos os setores de
nossas vidas.
Por essa razão é que jamais
poderemos fugir ao enfrentamento de nós mesmos, analisando racionalmente o que
estamos oferecendo, como estamos nos comportando, enxergando a nós mesmos, na
forma como estamos tratando as pessoas, nas palavras que usamos, no tom de voz
que colocamos, no olhar que dirigimos ao mundo lá fora. Muitas vezes, apenas
estamos recebendo de volta exatamente o que oferecemos, nada mais nem menos do
que isso.
Caso consigamos perceber a forma
como as pessoas vêm nos enxergando, o que o mundo vem recebendo de nós, muito
provavelmente entenderemos várias coisas que nos acontecem, tendo a consciência
de que o que nos chega não é injusto e sim retorno de mesma medida. Muitas
vezes, estaremos ofertando é nada, tratando mal as pessoas, ignorando-as e
menosprezando-as, fechando-nos aos encontros, a tudo o que está fora de nós.
Como é que poderão enxergar algo que não demonstramos? Como é que nos
enxergarão, caso nos fechemos aqui dentro?
Embora exista quem não consiga
fazer outra coisa que não azucrinar a vida de quem quer que seja, muitas
pessoas com quem conviveremos estarão abertas a receber o nosso melhor e a
fazer bom uso de tudo o que oferecemos, valorizando-nos e tratando-nos com o
devido respeito. É preciso, portanto, que nos permitamos o compartilhamento
transparente de nossas verdades, para que elas nos tragam o retorno afetivo que
nos enriquecerá a vida onde e com quem estivermos. Porque merecemos, sempre, o
que oferecemos.
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