O doleiro Alberto Youssef,
considerado o líder do esquema bilionário de lavagem e desvio de dinheiro
revelado pela Operação Lava Jato, deve depor pela última vez nesta terça-feira
(25) na tentativa de obter benefícios do acordo de delação premiada. Youssef
está detido na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde março
deste ano. Conforme a Polícia Federal (PF),
o acordo de delação premiada foi firmado no dia 24 de setembro. Os
depoimentos estão sendo prestados desde o dia 2 de outubro.
Ainda conforme a PF, os relatos
são gravados em um arquivo e guardados em um cofre. Youssef tem mais de cem
horas de depoimento, conforme a PF. A assessoria da corporação não informou o
horário em que o doleiro irá depor nesta terça-feira.
A delação premiada é um acordo
firmado com o Ministério Público e a Polícia Federal pelo qual o réu ou
suspeito de cometer crimes se compromete a colaborar com as investigações e
denunciar os integrantes da organização criminosa em troca de benefícios, como
redução da pena. Essa colaboração está prevista na lei 12.805, de 5 de agosto
de 2013.
Se depois de concluídos os
depoimentos ficar comprovada a veracidade das informações que Youssef forneceu,
o acordo de delação será homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como
ocorreu com Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da
Petrobras. Ele também fez um acordo de delação premiada e atualmente cumpre
prisão em regime domiciliar no Rio de Janeiro usando uma tornozeleira
eletrônica para não fugir.
As investigações apontam que o
esquema liderado por Youssef deve ter movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Além
do envolvimento do doleiro em atividades de câmbio negro, a Polícia Federal
também apura a atuação dele como operador de um esquema de desvios na
Petrobras, com o objetivo de abastecer o caixa de partidos políticos.
Sétima fase da Lava Jato
Segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, nove empreiteiras são investigadas pela suspeita de formação de cartel para licitações e desvio de dinheiro para corrupção de agentes públicos nesta fase da operação.
Segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, nove empreiteiras são investigadas pela suspeita de formação de cartel para licitações e desvio de dinheiro para corrupção de agentes públicos nesta fase da operação.
Apenas essas empresas, têm
contratos com a estatal que somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está
sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal.
Ao todo, 25 pessoas foram presas
e 14 seguem detidas. O último investigado a se entregar às autoridades
policiais foi Adarico Negromonte. Ele é suspeito de levar dinheiro dos
escritórios de Youssef para agentes públicos e partidos políticos. Negromonte
chegou a sede da Polícia Federal, em Curitiba, às 11h15 de segunda-feira (24)
de táxi e acompanhado pela advogada que o representa.
também funcionava uma casa de
câmbio e uma lavanderia. De acordo com a Polícia Federal, era uma medida
específica para atingir doleiros e a lavagem de dinheiro sujo. No dia 17 de
março, quando a operação tornou-se pública, entre dezenas de presos, estava
Alberto Youssef, que é considerado pela polícia o “maior operador financeiro do
país”. O nome do doleiro, por exemplo, está ligado ao caso Banestado, que teve
o desvio de mais R$ 30 bilhões a paraísos fiscais.
G1
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