Do G1
Militares da Turquia disseram
nesta sexta-feira (15) em comunicado que assumiram o poder no país. O
presidente Tayyip Erdogan disse à CNN turca, por telefone, que esta é uma
tentativa de golpe de uma minoria dentro das forças militares, um ato
encorajado por uma “estrutura paralela” e que terá a resposta necessária. Ele
convocou o povo a ir às ruas.
Caso a tentativa de derrubada de
Erdogan, que governa a Turquiax desde 2003, tenha sucesso, seria uma das
maiores mudanças de poder no Oriente Médio nos últimos anos.
O primeiro-ministro da Turquia,
Binali Yildirim, afirmou à emissora local NTV que o país sofre uma tentativa de
golpe militar e que a ação está sendo levada a cabo por um grupo de militares
"fora da cadeia de comando", mas que nada vai ameaçar a democracia
turca. Ele afirmou que os responsáveis vão pagar "um alto preço".
Yildirim afirmou ainda que forças
de segurança estão fazendo o necessário para resolver a situação. Ele pediu
calma. “O governo eleito pelo povo continua no comando. Esse governo só sairá
quando o povo disser”, disse.
Um pouco mais tarde, ele disse
que prédios importantes estão sendo cercados.
O comunicado dos militares diz
que o poder foi tomado “em prol da ordem democrática” e que os direitos humanos
vão permanecer. O comunicado diz ainda que todas as relações exteriores
existentes vão continuar e que o respeito às leis deve ser prioridade. Uma
fonte presidencial disse à Reuters que o comunicado não foi autorizado pelo
comando militar.
A CNN diz ainda que reféns foram
tomados em quartéis militares de Ancara. Segundo a agência estatal Anadolu, o
chefe das Forças Armadas está entre os reféns.
Uma fonte de União Europeia disse
que os militares tomaram o controle de aeroportos e outros pontos estratégicos
em Istambul. Um piloto disse à agência Reuters que todos os voos foram
cancelados no Aeroporto Ataturk, o principal de Istambul e do país.
Invasão e pronunciamento na TV
estatal
A emissora de televisão turca TRT foi tomada pelos militares. A rede foi tirada do ar. Jornalistas que estavam dentro do prédio relataram que tiveram os telefones confiscados
A emissora de televisão turca TRT foi tomada pelos militares. A rede foi tirada do ar. Jornalistas que estavam dentro do prédio relataram que tiveram os telefones confiscados
Um representante do grupo que
tomou a emissora fez um pronunciamento, dizendo que uma nova constituição vai
ser preparada o antes possível. Ele disse também que o estado de direito foi
erodido pelo governo atual e que o país agora está sendo comandado por um “conselho
de paz”, que vão assegurar a segurança da população..
Pontes fechadas
Aviões e helicópteros militares estão sobrevoando a capital, afirma a AFP. Testemunhas relataram à agência Reuters que houve um tiroteio na cidade. Segundo o jornal turco "Hurriyet", a polícia de Ancara convocou todo o pessoal em serviço.
Aviões e helicópteros militares estão sobrevoando a capital, afirma a AFP. Testemunhas relataram à agência Reuters que houve um tiroteio na cidade. Segundo o jornal turco "Hurriyet", a polícia de Ancara convocou todo o pessoal em serviço.
Em Istambul, forças de segurança
fecharam parcialmente as pontes do estreito de Bósforo. As duas pontes foram
fechadas pela divisão do exército turco encarregada da segurança interna. A NTV
mostrou também imagens de tanques na entrada do aeroporto de Istambul.
O acesso ao Facebook, ao Twitter
e ao Youtube está restrito, afirmam grupos de monitoramento da internet.
Segundo a NBC, a base militar dos
EUA em Incirlik recebeu ordem de ampliar sua proteção e teve todas as suas
missões paralisadas.
Autoridades dos Estados Unidos,
França, Israel e Rússia alertaram seus cidadãos que estão na Turquia a não
deixarem suas casas e hotéis.
A casa Branca disse que Obama
está sendo informado da situação na Turquia e vai receber atualizações
periódicas.
O Ministro das Relações
Extreriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que o derramamento de sangue deve
ser evitado na Turquia e que qualquer assunto deve ser resolvido dentro da
estrutura da constituição.
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