A Universidade do Estado do
Amazonas (UEA) contará, a partir do próximo mês, com o primeiro Laboratório de
Plastinação em Anatomia da Região Norte. Somente oito universidades brasileiras
e 400 no mundo possuem esse laboratório. A Plastinação é uma técnica anatômica
que consiste na retirada de água e gordura dos tecidos corporais,
substituindo-os por polímeros (substâncias plásticas). Isso permite que o
cadáver para estudo fique sem odor, não modifique sua coloração e possa ser
manuseado de forma mais realística pelos alunos, melhorando o aprendizado.
Um total de 360 acadêmicos do
primeiro e segundo ano de Medicina da UEA terão aulas já no próximo mês no
Laboratório de Plastinação. O local terá duas funções: aulas de anatomia e
produção de peças anatômicas (partes do corpo humano) plastinadas. O processo
de plastinação será realizado por um grupo de pesquisa formado por alunos e
professores.
O reitor da UEA, Cleinaldo Costa,
ressalta que a implantação do laboratório coloca a anatomia da instituição em
igualdade aos melhores laboratórios do Brasil e do Mundo. Costa ressaltou ainda
que a chegada da técnica é resultado do esforço do professor Helder Bindá
e dos demais docentes de Medicina e do Laboratório de anatomia.
“Este avanço irá permitir que os
nossos alunos tenham um contato mais realístico com as peças anatômicas, com os
cadáveres plastinados, que se aproximam muito da realidade do vivo. Isso tem um
ganho enorme do ponto de vista de aprendizado de anatomia, além de benefícios
em outras especialidades como Enfermagem, Odontologia, em diversas áreas da
saúde”, disse Costa.
O laboratório também ajudará na
formação de novos cirurgiões, por meio um método muito mais preciso para o
entendimento das relações anatômicas que os alunos necessitarão para o
desempenho de suas atividades na área de saúde, disse o Reitor.
A técnica está sendo implantada
na UEA pelo professor de Anatomia, Helder Bindá Pimenta e demais professores e
técnicos da disciplina Laboratório de Anatomia. Em junho de 2016, Pimenta
participou de um curso na Universidade de Toledo, Ohio, nos Estados Unidos,
onde aprendeu a técnica. A capacitação foi ministrada por quatro médicos que
difundem o método pelo mundo, entre eles, o presidente da Sociedade
Internacional de Plastinação, Professor Dr. Rafael Latorre.
Economia - Além da melhora
no processo de aprendizagem, a implantação do laboratório diminuirá em até 50%,
os custos de manutenção dos laboratórios de Anatomia da Universidade. Apenas
com formol, os laboratórios custam semestralmente aproximadamente R$ 19 mil.
Custos com utilização de recipientes em aço inoxidável, energia elétrica, água
e tanques de formol também serão reduzidos.
Plastinação - Criada há 30
anos pelo médico patologista alemão Guntheer Von Hagens, a plastinação chegou
ao Brasil há 10 anos, como uma técnica similar às lâminas de Patologia. A
técnica possui quatro fases: Dissecação, Conservação em Formol, Impregnação
(silicone) e Cura (aceleração do processo de plastificação).
O professor da UEA, Helder Bindá
Pimenta, ressaltou que a capacitação foi realizada durante uma semana, onde
foram repassadas todas as práticas das técnicas de plastinação.
“Futuramente teremos uma grande quantidade de peças plastinadas. Pensamos até
em montar um museu de anatomia da UEA. Na Feira de Anatomia deste ano, os
visitantes contarão com partes do corpo humano com aspecto anatômico muito
próximo do corpo vivo, em função da Plastinação”, ressaltou Pimenta.
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