Equipe da Depca prende ajudante de pedreiro denunciado por estuprar e infectar com HIV a sobrinha de 11 anos
A Polícia Civil do Amazonas, por
meio da equipe de investigação da Delegacia Especializada em Proteção à Criança
e ao Adolescente (Depca), sob o comando da delegada titular da unidade
policial, Juliana Tuma, cumpriu na tarde de terça-feira, dia 18, mandado de
prisão preventiva por estupro de vulnerável em nome de um ajudante de pedreiro
de 37 anos. Conforme a autoridade policial, o homem foi denunciado por ter
abusado sexualmente e infectado com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida,
doença popularmente conhecida como Aids, a própria sobrinha, uma criança de 11
anos.
O infrator foi apresentado
durante coletiva de imprensa realizada às 10h, no prédio da Delegacia Geral, na
zona Centro-Oeste da cidade. De acordo com a titular da Depca, o ajudante de
pedreiro foi preso por volta das 13h, no bairro Novo Aleixo, zona Norte da
cidade. A ordem judicial em nome do infrator foi expedia no último dia 12 de
abril, pelo juiz Mauro Moraes Antony, no Plantão Criminal.
Ao longo da coletiva de imprensa
a autoridade policial explicou que recebeu no dia 30 de março deste ano, de
funcionários da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado
(FMT-HVD), na zona Centro-Oeste da cidade, uma notificação compulsória informando
que a vítima teria sido diagnosticada com tuberculose em estado avançado, em
decorrência da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, possivelmente contraída
por meio de relação sexual.
“Recebemos a notificação do
Hospital Tropical e demos início às investigações em torno do caso. Na unidade
hospitalar, ao conversarmos com a criança, percebemos que a menina ficava muito
abalada e desgastada emocionalmente. Foi quando notamos que havia um cunho
emocional no delito. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou o abuso
sexual crônico, então concluiu-se que a criança já tinha essa situação de
abuso. No hospital os pais da criança foram submetidos ao exame de Aids.
Entretanto, os resultados não deram reagente para a doença. Foi quando
descartamos a possibilidade de ser uma situação congênita. A criança também não
nasceu com essa síndrome, sendo adquirida, possivelmente, por meio de abuso
sexual, posteriormente atestado pelo IML”, informou a delegada.
Tuma esclareceu que no início dos
trabalhos em torno do caso as equipes da Depca encontraram resistência nas
investigações. “Desde o início se sentiu uma resistência por parte dos
familiares do autor para que a polícia investigasse o caso. Em posse de todas
as informações, inclusive do prontuário médico da vítima, representamos pela
prisão preventiva do infrator, que foi deferida pela Justiça. Ontem conseguimos
lograr êxito no cumprimento do mandado de prisão dele, no local onde ele
trabalhava”, explicou.
A partir da constatação do abuso,
uma equipe multidisciplinar da Depca realizou acompanhamento psicossocial com a
criança. Durante esse trabalho, a vítima pediu pra fazer uma carta para o autor
do delito, dizendo que o perdoava.
“A criança não soube mencionar
quando os abusos começaram. O estado de saúde da vítima continua grave e,
segundo a equipe médica, após observar os exames, está muito comprometido. A
visita da equipe multidisciplinar acompanhou a vítima por algumas vezes para
estabelecer uma relação de confiança com a vítima. Então, em determinado momento,
ela disse que queria escrever uma carta. Depois de chorar muito, ela escreveu
que perdoava o tio por ele ter feito aquilo com ela, inclusive por ele ter
pedido para ela não gritar”, disse Juliana Tuma.
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