Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP para o JV
Sobre a Greve Geral de 28 de
abril de 2017, os argumentos de todos os segmentos sociais são repetitivos,
sejam na imprensa escrita, na televisão, no rádio e até nas rodas de amigos.
Um dos argumentos mais
incoerentes é a preocupação da grande mídia de massa ao pretender tornar o
movimento menos importante do que realmente é.
Um famoso jornalista chegou a
afirmar que não era geral porque tinham pessoas trabalhando. Ora, se uma greve
para ônibus, metrô e trens não pode ser considerada geral, é preciso estabelecer
um conceito definido para se chegar ao ponto de uma posição do que seria uma
greve geral.
Esta afirmação se aproxima de
outra muito comum defendida por pessoas que não participariam de qualquer
movimento. Elas costumam afirmar que “se todo mundo participar eu também
participo”. É uma defesa prévia, tentando ser simpático aos colegas, pois sabem
que nunca haverá unanimidade.
Se para um jornalista renomado o
fato de ter alguém trabalhando não configura greve geral, sua posição fica mais
injustificável do que a de um trabalhador averso a qualquer participação
popular. Os empregados são, em regra, ameaçados pelos seus superiores e as
empresas que, somente nessas horas, colocam todos os meios de transportes para
levá-los ao serviço. Não é razoável que um trabalhador tão e cercado assim
possa ficar em casa.
No caso dessa greve, não se pode
cobrar uma adesão grande dos trabalhadores, sabendo-se da existência de mais de
13 milhões de pessoas desempregadas no país.
Quanto ao mérito de ser contra as
reformas aproxima-se de um clichê. Alguns interesses pontuais podem ser
diferentes entre aqueles defendidos pela massa daqueles dos organizadores. Mas,
alguém precisa liderar, e a população isolada não organiza movimentos.
Agora, achar que o povo está
ingenuamente sendo contra as bondades dos “300 picaretas” ou mais, isso vai
além de ingenuidade. Eles, tão bonzinhos! A população, tão burra, incapaz de
absorver a própria felicidade.
Uma propaganda
governamental vai nessa mesma direção. Cita o exemplo do uso do cinto de
segurança. É comprovado que ele ajuda na preservação física e evita mortes, mas
a adesão é forçada. Independente de certo ou errado, ninguém saberia com
exatidão quantos usariam sem o risco de multas.
Comentários
Postar um comentário