No Brasil de hoje, a bagunça, o
desrespeito praticado pelos seus governantes, a inércia do Estado, a política
rasteira maior, muito mais, do que sempre foi; a Justiça mais perdida do que os
próprios políticos larápios ou apenas incompetentes e coniventes, deixam o
cidadão com dificuldade de dar um nome, um título a um texto que pretende
escrever sobre essa baderna geral em que se tornou a política nacional.
Tem-se atualmente um governo
federal com apoio popular abaixo do ralo. Repleto de denúncias com gravações de
voz, e nem isso é suficiente para uma tomada de decisão do principal partido
que o apoia. Tudo por medo de em pouco tempo seus caciques estarem na mesma
condição do atual presidente. Possivelmente, falaram coisas similares ao que o
presidente da República falou e a dúvida é se foram gravadas e se alguém teria
interesse em divulgar o que disseram.
Gravações e imagens de malas de
milhões de reais em dinheiro vivo voando nas mãos de suas “excelências
representantes” do povo. As denúncias são feitas e o Poder Judiciário se
mostrando muito preocupado em “não gerar instabilidade” no país, como se punir
corruptos fosse anormal; e não a corrupção generalizada. Chega-se ao
argumento de que “não se cassa um presidente da República” a todo o momento.
Ora, depende de qual é o mal maior. Se cassar uma miragem de presidente ou
continuar com um cadáver, apenas para dizer que existe um corpo, quando a alma
já foi para o merecido lugar.
Nem isso deveria ser discutido,
pois o julgamento político-jurídico é mais uma invencionice genuinamente
brasileira, especialmente explicado com muito glamour pelos especialistas
políticos.
Daí em diante, a preocupação
maior dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário seria “salvar” o futuro
das próximas gerações com as reformas “inadiáveis e necessárias”. Tomando por
base o voo das malas ou os empréstimos milionários dá para se imaginar que
futuro terão nossos jovens e futuros políticos.
Se o Poder Judiciário continuar
atuando como vem fazendo nos últimos dias, aqueles jovens que optarem pela
carreira política podem seguir o comportamento dos políticos atuais e trapacear
tranquilamente. Serão absolvidos com decisões semelhantes à da chapa
Dilma-Temer. Afinal, em qualquer tempo não se cassará um presidente da
República a todo instante, faça ele o que fizer. Pouco importa o “oceano de
provas” sobre os atos praticados e não servem gravações de visitantes sigilosos
nas madrugadas no Planalto. As investigações poderão ser autorizadas, mas as
provas conseguidas não poderão ser utilizadas. As instâncias superiores da
Justiça brasileira precisam encontrar um rumo.
Pedro Cardoso da Costa –
Interlagos/SP
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