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Foto: Jambo Verde |
A Coordenadoria Geral de Índios
Isolados e de Recente Contato (CGIIRC), da Fundação Nacional do Índio (Funai),
estaria sendo usada como “ponta de lança” numa investida “etnocida e genocida”,
alertam lideranças dos povos indígenas do Vale do Javari.
Em nota, a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) denuncia que “alguns missionários vêm intensificando ações de cooptação de indígenas, sobretudo jovens estudantes com o objetivo de desestabilizar as ações do Movimento Indígena, dar a largada para uma corrida pela ‘conquista de almas’ por religiosos fundamentalistas e desbloquear os entraves para a exploração comercial de nossas terras por um projeto genocida de Governo”.
Em nota, a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) denuncia que “alguns missionários vêm intensificando ações de cooptação de indígenas, sobretudo jovens estudantes com o objetivo de desestabilizar as ações do Movimento Indígena, dar a largada para uma corrida pela ‘conquista de almas’ por religiosos fundamentalistas e desbloquear os entraves para a exploração comercial de nossas terras por um projeto genocida de Governo”.
O temor das lideranças indígenas
do Vale do Javari é de que as incursões de missionários fundamentalistas sejam
consolidadas com objetivo de abrir as portas da Terra Indígena (do Vale do
Javari) para “ações nefastas de proselitismo religioso em todas as aldeias que
‘não foram alcançadas pela bíblia’, inclusive as dos povos isolados, dessa vez,
usando-se o órgão indigenista oficial”.
Lideranças da Univaja lembram que
em outubro do ano passado indígenas do povo Matis denunciaram a presença de
Andrew Tolkin, missionário estadunidense, nas proximidades do Igarapé Lambança,
de onde pretendia chegar até a aldeias de indígenas sem contato com a sociedade
envolvente que habitam aquela região. As incursões dele no interior da terra
indígena de forma irregular já haviam sido denunciadas a Funai, Ministério
Público Federal (MPF), Polícia Federal e Exército, dizem os indígenas.
“Naquele momento ele utilizava-se
de um hidroavião, pilotado pelo missionário da ONG Asas do Socorro, Wilson
Kannenberg, para burlar o controle de acesso da Funai na foz de alguns rios da
terra indígena”, diz trecho da nota divulgada pela organização indígena.
Na semana passada, reportagem
publicada por uma revista de circulação nacional dava conta de que a ONG Missão
Novas Tribos do Brasil (MNTB) adquiriu um helicóptero para ingressar em terras
indígenas com objetivo de converter os indígenas.
Na segunda semana de fevereiro
passado, vários indígenas promoveram manifestação na cidade de Atalaia do Norte
(AM) contra a nomeação do antropólogo e teólogo Ricardo Lopes para a CGIIRC.
Por muitos anos ele atuou como missionário na Missão Novas Tribos do Brasil
(MNTB).
A caminho dos Deni
Membros da Missão Novas Tribos do
Brasil também entraram em aldeias do povo Deni do rio Xeruã, região do rio
Purus, no município de Itamarati. De acordo com relato dos indígenas, um grupo
de missionários esteve entre os dias 19 e 26 de fevereiro na aldeia Morada
Nova, Rio Xeruã, no interior da Terra Indígena Deni, e para lá teriam se
deslocado com apoio de pessoas de uma família Deni que mora na cidade.
De acordo com relatos dos
indígenas, os missionários “utilizaram o pretexto de que só querem conhecer o povo
e ajudar. Eles teriam levado um médico, uma pessoa para realizar um torneio com
o povo e usaram como transporte um avião que pousa n’água e, no período da
noite, teriam realizado cultos com a presença de indígenas de outros povos
levados pelos próprios missionários”.
Para algumas lideranças os
membros da Missão Novas Tribos teriam dito que poderiam ajudar o povo Deni com
a construção uma pista de pouso para ir direto para a aldeia. A diretoria da
Associação do Povo Deni do Rio Xeruã (ASPODEX) manifestou-se contrária à visita
de missionários fundamentalistas, em cumprimento a uma decisão de assembleia do
povo segundo a qual não admitiriam em suas aldeias presença que não estivesse
de acordo com suas tradições.
Via Cimi.org.br
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