Todo cidadão quer viver numa
cidade onde os serviços sejam eficientes. Embora o desejo seja generalizado,
são poucos que agem ou cobram do poder público essa prestação adequada.
Alguns fatores são determinantes
para isso. Primeiro, é uma preguiça em se informar com precisão sobre o que
seria uma cidade com serviços de qualidade satisfatória.
Em qualquer grande cidade, os
moradores conhecem o posto de saúde de um bairro, mas a grande maioria não sabe
– nem procura saber - quais são as especialidades médicas cobertas por aquele
posto, nem o dia de plantão de cada médico, nem a carga horária. Caso se
desentenda com algum funcionário ou fique insatisfeito de alguma forma, ninguém
conhece os superiores a quem reclamar, muito menos os meios para se manifestar.
São os próprios órgãos públicos
que dificultam
esse conhecimento para não serem devidamente cobrados.
Bastaria que uma prefeitura
distribuísse panfletos aos moradores do bairro com o quadro de funcionários do
posto, da escola, da creche, com carga horária completa e nomes e contatos dos
superiores, das ouvidorias e de outros órgãos de controle.
Caso pretenda evitar essa
despesa, poderia disponibilizar nos sites oficiais. Aos poucos as pessoas se
habituariam a saber quais são os profissionais responsáveis pelo atendimento em
cada área.
Os gestores públicos não se
preocupam em aprimorar as condições de atendimento de serviços oferecidos.
Sempre rebatem por meio de “notas de esclarecimento” com menção a dados
estatísticos fornecidos pelos próprios servidores.
Há um divórcio total entre a
realidade vivida no cotidiano das pessoas e as citações dos gestores. É como se
os munícipes estivessem mentindo, quando câmeras comprovam que o caos é maior
do que as queixas cotidianas.
Para chegar a uma qualidade
plenamente satisfatória que defina o que seria uma cidade ideal, os cidadãos
precisariam mudar alguns comportamentos, e forçar que os administradores lhe
forneçam serviços eficazes de fato, encarando naturalmente como dever, e sem
nenhuma benevolência a quem negligenciar.
Depois, controlar a frequência
dos servidores para que cumpram suas cargas horárias, sem as tão comuns saídas
do expediente.
Exigir qualificação dos
prestadores de serviços terceirizados. Não é porque terceiriza ou faz concessão
que os prestadores podem entregar como bem entender. E um exemplo comum são os
maus motoristas de ônibus, que saem sacolejando pessoas como se fossem objetos
pelas cidades brasileiras.
Seria ainda mais importante se os
órgãos de fiscalização tivessem suas atividades acompanhadas bem de perto, pois
se houvesse o devido acompanhamento, com medidas preventivas e punições aos
desobedientes, as cidades poderiam até não ser ideais, mas, com certeza, seriam
bem melhores para todos.
Pedro Cardoso da Costa –
Interlagos/SP para o JV
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