Variante do coronavírus já é dominante do Amazonas, diz pesquisador

 

Foto Divulgação

A nova variante do coronavírus de Manaus, identificada no Japão, já é dominante na capital do Amazonas e também foi observada no interior do estado, aponta estudo da Fiocruz Amazônia em parceira com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas e o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) do estado.

A variante evoluiu a partir da linhagem em circulação no Brasil, a B.1.1.28, e se tornou uma linhagem própria, denominada B.1.1.28.1. Ela possui dez mutações no gene que codifica a proteína S (de “spike”, o gancho usado pelo coronavírus para se conectar às células humanas), três delas na chamada região de ligação com receptor — algo preocupante porque ela está diretamente associada à entrada do vírus nas células.

Segundo Felipe Naveca, pesquisador em saúde pública da Fiocruz e responsável pelo sequenciamento e pela identificação da variante, a cepa de Manaus já parece ser a mais frequente na região.

“Isso preocupa porque a P.1. tem dez mutações na proteína S, e três delas são as mesmas observadas nas variantes de fora do país, que podem estar relacionadas a maior transmissibilidade e maior letalidade”, disse à Folha de São Paulo.

Apesar dos relatos de que a variante pode causar hospitalização e casos graves mais rapidamente do que o vírus antigo, ainda não é possível afirmar que a variante é mais letal.

Recentemente, pesquisadores da Inglaterra sugeriram que a variante do Reino Unido é 30% mais letal do que a linhagem circulante do vírus até novembro de 2020.

“Mas eles estão conduzindo estudos com a nova variante há quase dois meses já, por isso conseguiram chegar a esses resultados. Nós estamos ainda no 15˚ dia após o descobrimento da variante de Manaus. Ainda é muito incerto para chegar a essas conclusões”, diz Naveca.

 

Via Portal do Holanda

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