Áreas verdes sobrevivem em meio ao crescimento urbano, lembrando que a cidade nasceu no coração da floresta amazônica.
Manaus completa 356 anos nesta sexta-feira (24).
Mesmo com o concreto, a capital amazonense ainda respira floresta.
Entre avenidas movimentadas e bairros em expansão, a cidade abriga áreas verdes que resistem ao tempo e à expansão da cidade.
Esses espaços mantêm viva a conexão da cidade com a Amazônia e lembram, a cada pedaço de mata preservada, que a capital amazonense nasceu no coração da floresta.
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Vista aérea mostra o limite entre a Reserva Florestal Adolpho Ducke e o bairro Cidade de Deus — Foto: Michael Dantas
Mesmo com o concreto, Manaus, que completa 356 anos nesta sexta-feira (24), ainda respira floresta. Entre avenidas movimentadas e bairros em expansão, a capital amazonense abriga áreas verdes que resistem ao tempo e à expansão da cidade.
Esses espaços mantêm viva a conexão da cidade com a Amazônia e lembram, a cada pedaço de mata preservada, que a capital amazonense nasceu no coração da floresta.
Um exemplo desse contraste pode ser visto na região do bairro Cidade de Deus, onde uma vista aérea mostra o limite entre a Reserva Florestal Adolpho Ducke e parte da comunidade. Veja foto acima.
Além de embelezar a paisagem, as áreas verdes ajudam a regular a temperatura, servem de abrigo para animais e oferecem aos moradores um refúgio de contato direto com a natureza.
Em meio ao aumento das queimadas e do desmatamento no estado, o verde que sobrevive dentro dos limites urbanos representa mais do que um cenário bonito: é um símbolo de resistência ambiental e identidade manauara.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45,78% dos domicílios urbanos de Manaus estão em vias públicas com arborização. A capital ocupa a 2.107ª posição entre os 5.570 municípios brasileiros nesse quesito.
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Cidade precisa investir na preservação da Amazônia para o futuro. — Foto: Adriano Liziero/Museu da Amazônia
Mesmo assim, Manaus está entre as cidades com maior cobertura vegetal do país, ocupando o 7º lugar no Ranking Nacional de Áreas Verdes, divulgado em dezembro de 2024.
Entre os locais que ajudam a contar essa relação entre cidade e floresta estão:
Museu da Amazônia (Musa) — com trilhas, torres de observação e viveiros de espécies nativas;
Bosque da Ciência — espaço de educação ambiental e pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa);
Praias e flutuantes do Tarumã — que seguem atraindo visitantes e pesquisadores.
🌳 Um pedaço de floresta no coração da cidade
O Museu da Amazônia (Musa), localizado na Zona Norte, abriga 1 km² de floresta primária dentro da Reserva Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O espaço, considerado o maior fragmento de mata preservada em área urbana no país, foi cedido pela União em 2011 e se tornou referência em educação ambiental e turismo científico.
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Torre de observação no Musa, em Manaus — Foto: Divulgação
Entre as atrações estão viveiros de orquídeas e bromélias, aquários, jardins sensoriais e o lago das vitórias-amazônicas. O Musa também abriga exposições sobre os povos originários, os ecossistemas amazônicos e até animais pré-históricos.
O ponto mais procurado pelos visitantes é a torre de observação de 42 metros, que permite ver o dossel da floresta — o topo das árvores — e oferece experiências ao nascer e ao pôr do sol. O museu possui ainda sete trilhas que levam o público a caminhar por dentro da mata.
O local ganhou projeção internacional com a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Manaus, em 2024.

Bora Turistar: G1 mostra atrações do Museu da Amazônia (Musa) em Manaus
🐟 Bosque da Ciência: lazer e aprendizado sobre a Amazônia
Criado em 1995, o Bosque da Ciência ocupa 13 hectares na zona Centro-Sul e integra o complexo do Inpa. O espaço alia lazer e educação ambiental, despertando o interesse do público pela pesquisa científica e pela conservação da natureza.
Pelas trilhas educativas, os visitantes têm contato com a fauna e a flora amazônica e podem conhecer atrações como os tanques de peixes-boi, viveiro de ariranhas, orquidário, casa da madeira e o “abraço da morte”, estrutura que reproduz o entrelaçamento das raízes de árvores da floresta.
🌊 Refúgios naturais do Tarumã
Na zona Oeste, o bairro Tarumã reúne flutuantes e praias de água doce que se tornaram destinos populares entre os manauaras.
Durante o verão amazônico, as margens dos rios Tarumã-Açu e Tarumã-Mirim atraem banhistas, turistas e empreendimentos voltados ao ecoturismo.
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Flutuantes no Tarumã em Manaus — Foto: William Duarte/Rede Amazônica
Mesmo com os desafios do crescimento urbano, as áreas naturais de Manaus seguem resistindo — lembrando que a cidade nasceu e continua a viver em meio à floresta.
🌿 Ranking Nacional de Áreas Verdes
Manaus já foi conhecida como “Cidade Verde”, título que refletia a forte presença da floresta dentro do perímetro urbano. Mas a realidade atual é diferente: a capital amazonense enfrenta uma redução significativa das áreas de vegetação urbana nas últimas duas décadas.
De acordo com dados do MapBiomas, Manaus caiu para o 7º lugar no Ranking Nacional de Áreas Verdes Urbanas, com uma cobertura que passou de 28% em 2003 para 22% em 2023.
O levantamento mostra que as cidades brasileiras têm, em média, 11% de vegetação urbana. Entre as capitais, Rio Branco (AC) lidera proporcionalmente, com 32,8%, enquanto o Rio de Janeiro (RJ) concentra a maior área absoluta, com 12.961 hectares.
Das 27 capitais brasileiras, 19 ganharam cobertura vegetal ao longo dos últimos 20 anos, enquanto oito perderam, entre elas Manaus, que luta para equilibrar crescimento urbano e preservação ambiental.
Por: g1 Amazonas
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